"A grandiosa Revolução Humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade."

ѵıѵα! ! ! ! α sgı 80 αησs ѵıѵα ! ! ! α вsgı 50 αησs ∂є яєαłızαçõєs,αѵαηçσ є sυcєssσ
ѵıѵα!!! sєηsєy

Postagens populares

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

MENSAGEN JULIO KOSAKA

BSGI rumo a 2030

BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2054, PÁG. C2, 09 DE OUTUBRO DE 2010.

Júlio Kosaka

AGRADECIMENTO


Com o coração palpitando de incontida emoção, gostaria de comunicar que a BSGI atingiu 100% de blocos monarcas! Quase faltam palavras para descrever a imensa alegria que sinto ao fazer este comunicado. Muito, muito obrigado!
O sonho agora é realidade. O que parecia impossível está consolidado em 5.975 blocos monarcas. Tudo começou com o poema “Brasil, Seja Monarca do Mundo!” dedicado aos brasileiros pelo presidente Ikeda em 2001. Nossa luta sempre foi inspirada e motivada no Mestre. As palavras dele no poema foram precisas: “Avancemos juntos, na marcha alegre e vitoriosa, ao compasso de união incomparável, rumo ao ano 2010 — Cinquentenário do Kossen-rufu do Brasil!” Dali em diante, cada líder e cada membro cerrou os punhos e iniciou-se uma onda de ações nunca antes vista, culminando com essa conquista histórica e inédita mesmo para os moldes dos outros países da SGI.
Nos últimos meses, a BSGI deu um salto inimaginável que contagiou todos os cantos do País. Eu recebia dia e noite relatórios, fotos e histórias emocionantes contando a vitória de cada bloco. Um bloco é Monarca porque é composto de discípulos legítimos que, “emergidos da terra” no local onde moram e unidos ao Mestre, decidem viver plenamente o ideal do Kossen-rufu! Por essa tamanha sinceridade de cada bloco, a BSGI ergue-se como Monarca do Mundo! Agora, somos um único corpo, formado por 5.975 blocos monarcas fortemente ligado ao coração do Mestre. Então, finalmente e com muita energia, podemos bradar bem alto: “BRASIL, MONARCA DO MUNDO!”
Para a vitória ser total em 2010, vamos apoiar os jovens para que também atinjam 100% do juramento Seigan. Assim, vamos partir com força total rumo ao Centenário da Soka Gakkai em 2030!
Muito obrigado.

Brasil, terra dos Monarcas

Brasil, terra dos Monarcas

BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2054, PÁG. C4, 09 DE OUTUBRO DE 2010.

GRÁFICO MONARCA: O BS apresenta um gráfico com o vertiginoso crescimento do total de blocos monarcas. A partir de abril de 2010, o número de blocos monarcas cresce rapidamente atingindo o ápice no fim de setembro.
Em todos os cantos do país, ecoa o grito de alegria: “BSGI, 100% Monarca”. Desde 2001, a partir do poema “Brasil, Seja Monarca do Mundo”, surgiu o projeto Brasil Monarca do Mundo tendo como foco a estruturação de todos os blocos da BSGI. Nos dois últimos anos, as organizações aceleraram o seu ritmo de crescimento e o que parecia impossível tornou-se realidade no dia 27 de setembro.

“Fiquem tranquilos, o Leão está aqui!”

“Fiquem tranquilos, o Leão está aqui!”

BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2054, PÁG. B1, 09 DE OUTUBRO DE 2010.

“Sinto-me realmente cheio de alegria ao observar o magnífico desenvolvimento que meus queridos membros brasileiros alcançaram. Eu os saúdo. Eu louvo o Brasil! Louvo sua tradição de vencer sempre, de triunfo total! Viva o Brasil! ‘É pique, é pique!’ Brasil!”
MEU BRASIL QUE TANTO AMO. Na foto, o presidente Ikeda aprecia o Centro Cultural Campestre, local em que liderou o movimento do Kossen-rufu mundial por vários dias, em 1993
Não haveria BSGI se não fosse o presidente Ikeda. A Organização do Kossen-rufu do Brasil está intimamente entrelaçada com a convicção do Mestre. A decisão dele de criar o Brasil como a “Kansai do Mundo” é tão intensa quanto a que usou quando atuou em Kansai em 1956 na histórica campanha de 11.111 conversões. Em ambas, a força motriz é a mesma: o juramento dele de corresponder ao seu mestre e, nesse quesito, ninguém no mundo é mais impetuoso, resistente e vencedor que o presidente Ikeda. Portanto, ele cuida pessoalmente da BSGI há 50 anos, sempre com o mesmo carinho e total seriedade. Este caderno visa mostrar um pouco dessa caminhada e a profunda história do Mestre com as pessoas que compõem esta organização Monarca do Mundo, Monarca da Vitória!

Discípulo é aquele que comprova

Discípulo é aquele que comprova

BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2054, PÁG. B14, 09 DE OUTUBRO DE 2010.

“No Brasil, os veteranos são louváveis. Assim também são os seus sucessores. Não há qualquer conflito de gerações. Isto porque todos, sem exceção, são meus discípulos.“ (Daisaku Ikeda, 2008)

Poema

09/10/2010 Brasil, Seja Monarca do Mundo!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

19 de outubro

19 de outubro

Fundação da BSGI

No dia 2 de outubro de 1960, o presidente Ikeda, com 32 anos de idade, desbravava o Kossen-rufu mundial, partindo em sua primeira viagem fora do Japão.

Cidades visitadas pelo presidente Ikeda em sua histórica jornada em 1960.
Naquela época, a sociedade japonesa comentava que, com o falecimento do presidente Toda, a Soka Gakkai se dissolveria. Além disso, as maldades que tentavam destruir a organização e influenciar negativamente os membros eram intensas. Nesse ambiente de muitas adversidades, o presidente Ikeda, após sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 3 de maio de 1960, empenhava-se incansavelmente percorrendo todo o Japão para incentivar e encorajar os membros e solidificar a organização de cada localidade.
Em meio a essa árdua dedicação, o presidente Ikeda articulava em sua mente o plano de propagação mundial do budismo, atendendo ao anseio de seu mestre, o presidente Toda. Era seu desejo, como discípulo, concretizá-lo o quanto antes. Esse sentimento desconhecido por todos até então ardia fervorosamente somente em seu coração.
No seguinte trecho do romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, é narrado o embarque da comitiva liderada por Shin-iti Yamamoto (seu pseudônimo) no histórico dia 2 de outubro, descrevendo o profundo laço de mestre e discípulo: “Shin-iti colocou a mão silenciosamente sobre seu peito. No bolso interno de seu paletó levava uma foto de seu venerado mestre, Jossei Toda. Jamais pôde esquecer as palavras de Toda ao contar-lhe que havia sonhado que viajara ao México. Ele encontrava-se enfermo e acamado no Templo Principal e isso ocorrera pouco antes de seu falecimento. Naquele dia, Toda disse-lhe:
“— Eles estavam esperando. Todos aguardavam ansiosamente a chegada do Budismo de Nitiren Daishonin. Como eu quero viajar para o mundo, para a jornada do Kossen-rufu. Shin-iti, o mundo é seu desafio, seu verdadeiro palco. E o mundo é imenso e vasto. (...) Shin-iti, viva. Você precisa viver! Viva o máximo que puder e percorra o mundo!” (Vol. I, pág. 5.)
Nessa viagem de paz incluía a visita a três países — Estados Unidos, Canadá e Brasil. Logo na chegada à primeira cidade, Honolulu, por volta das 23 horas, com quase uma hora de atraso, ocorreu o desencontro da comitiva com o grupo de membros que os recepcionariam no aeroporto. Por um erro de comunicação, o grupo de recepção dos membros compareceu no aeroporto na manhã do dia seguinte, quando a comitiva já se encontrava no hotel.
Percebendo o desânimo dos membros da comitiva pelo fato de não ter ninguém para recebê-los num país estrangeiro que visitavam pela primeira vez, além de já estarem exaustos e ter passado muito tempo desde o jantar servido no avião, o presidente Ikeda tentou animá-los oferendo-lhes nori (algas marinhas secas) para comer e disse:
“— Este momento em que estamos comendo nori certamente se tornará no futuro uma preciosa recordação. Esta noite está marcando o descortinar de uma grandiosa jornada que ficará registrada em nossa história. Não é maravilhoso quando pensamos dessa forma? (...) Provavelmente devem ter se esquecido do fuso horário. Os japoneses não estão acostumados com as viagens para o exterior.” (Ibidem, págs. 12-21.)
Após esclarecido o problema, o presidente Ikeda utilizou o máximo de seu tempo para conversar e incentivar os membros, em vez de pensar no erro cometido por alguém. Foi, sem dúvida, a atitude de uma pessoa sábia.
Além do desencontro ocorrido no desembarque em Honolulu, e após visitar as cidades de São Francisco, Seattle (onde adoeceu), Chicago, Toronto (Canadá), Nova York e Washington com intensa agenda, o presidente Ikeda desafiou sua própria vida na véspera da partida ao Brasil, programada para o dia 18 de outubro. Como discípulos do rei leão, não podemos esquecer da comovente cena em que um dos integrantes da comitiva disse:
“— Vim conversar a respeito da viagem ao Brasil programada para amanhã. Se permitir-me que lhe diga, com base em nossa conclusão gostaríamos de pedir ao senhor que permaneça aqui na América enquanto eu e os demais iremos para o Brasil. Está claro aos olhos de qualquer um de nós que o senhor está com a saúde profundamente debilitada. Se o senhor não se cuidar agora, poderá ocorrer algo irreparável. Caso aconteça o pior, de o senhor cair enfermo, a Gakkai perderá sua viga-mestra. Não sei o que sucederá se isso ocorrer... Pensei muitas vezes em lhe falar sobre isso, mas a cada vez que vinha à sua frente perdia a coragem para tocar no assunto. Sei perfeitamente que é um atrevimento de minha parte pedir que o senhor descanse. Mas, por favor, este é o nosso sincero desejo...” (Ibidem, pág. 178.)
O presidente Ikeda respondeu:
“— Obrigado, Sr. Jujo. Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que o maior objetivo desta viagem é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não podemos desistir na metade do caminho. Houve alguma vez em que o presidente Toda recuou em meio a uma luta?! Eu sou discípulo do presidente Toda! Eu vou. Vou sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura pode haver nisso?!” (Ibidem.)
Com essa corajosa atitude, acompanhada por um espírito indomável, em 19 de outubro, o presidente Ikeda chegou a São Paulo. Essa é uma data memorável.
Devido às dificuldades de comunicação entre a sede central no Japão e os membros residentes no Brasil, a primeira visita ocorreu em meio a um clima de incertezas. As informações que a comitiva possuía somente davam conta de que no Brasil havia cerca de cem famílias de praticantes e que já haviam sido realizadas algumas reuniões de palestra. Não foi possível sequer saber se os membros tomaram conhecimento de sua visita.
Uma única carta possibilitou que os companheiros do Brasil soubessem dos detalhes a respeito da chegada. Assim, um grupo recepcionou a comitiva, que chegou a São Paulo à 1h20 da manhã, num vôo que durou mais de duas horas em relação ao previsto.
Entoando a canção Ifu Dodo no Uta, os membros presentes seguravam uma faixa de boas-vindas. Muitos haviam aprendido a canção somente alguns dias antes, mas ela encheu o coração dos membros da comitiva de novo ânimo após a cansativa viagem.
A maioria dos componentes do grupo de recepção era formada por homens, grande parte de imigrantes japoneses que estavam trabalhando na lavoura. Com o rosto queimado pelo Sol e os olhos cheios de lágrimas, cantavam com ardor a canção que haviam acabado de aprender.
Embora a fundação do primeiro distrito no Brasil tivesse sido realizada no dia seguinte, o dia 19 de outubro, data da chegada do presidente Ikeda ao Brasil, é considerada a data de fundação da BSGI.
Na manhã seguinte à chegada, a comitiva se dividiu em dois grupos para realizar as atividades em Campinas e em São Paulo. O presidente Ikeda visitou a Cooperativa Agrícola de Cotia e depois reuniu-se com os membros para realizar o Gongyo e dialogar. Os membros relataram as dificuldades e a dura condição de vida dos imigrantes japoneses no Brasil. Os pioneiros da BSGI enfrentaram adversidades inimagináveis em meio a uma rigorosa realidade diária mantendo a prática da fé como fonte de coragem e esperança. Os incentivos do presidente Ikeda não somente proporcionaram-lhes um novo alento como abriram uma nova perspectiva de vida e os fez despertar para a missão como Bodhisattvas da Terra.
A reunião de fundação do primeiro distrito da BSGI foi, na verdade, uma reunião de palestra. Embora naquela tarde do dia 20 de outubro o salão do Restaurante Chá Flora, em São Paulo, estivesse lotado, o presidente Ikeda direcionou a atividade para que pudesse dialogar com os companheiros, esclarecendo suas dúvidas e incentivando-os calorosamente. Muitos vieram de longe, chegando a viajar três dias e três noites para participar da atividade.
Em um trecho do capítulo “O Desbravador”, Shin-iti Yamamoto, pseudônimo do presidente Ikeda, afirma:
“Talvez os senhores estejam pensando que vieram para o Brasil por mero acaso, cada um devido aos seus motivos particulares. No entanto, não é exatamente isso. Os senhores nasceram como Bodhisattvas da Terra para realizar o Kossen-rufu do Brasil, para conduzir as pessoas deste país à felicidade e para construir aqui a terra da eterna paz e tranqüilidade. Ou melhor, os senhores foram convocados pelo Buda Original Nitiren Daishonin para cumprir essa tarefa. Quando os senhores tomarem consciência de sua sublime missão como nobres Bodhisattvas da Terra e viverem em prol do Kossen-rufu, o sol do infinito passado latente no interior dos senhores lançará seus raios para transformar as causas negativas do passado como o evaporar do orvalho e abrirá diante de seus olhos um sereno curso de vida repleto de felicidade e júbilo.” (Nova Revolução Humana, vol. I, pág. 198.)
Essas palavras permanecem como uma diretriz para cada membro da BSGI até os dias de hoje e por todo o futuro. Quando, durante essa reunião, o presidente Ikeda anunciou a criação do Distrito Brasil, o primeiro fora do Japão, em meio a incontidos aplausos, o sol do Kossen-rufu despontou no horizonte brasileiro e a BSGI dava seus primeiros passos para uma jornada sem igual.
Efetivamente a primeira visita ao Brasil constituiu-se de somente dois dias de atividades, mas foi o suficiente para o presidente Ikeda assentar a base sólida para o desenvolvimento da BSGI.
No poema “Brasil, Seja Monarca do Mundo!” consta o seguinte trecho: “Oh! Brasil! És minha vida!” — essas palavras do presidente Ikeda encerram um profundo significado. A BSGI existe graças à devoção da vida do mestre. É na relação entre mestre e discípulo, que a BSGI busca a fonte do avanço e desenvolvimento que vem empreendendo até a atualidade, numa jornada cuja origem foi marcada pela árdua luta dos veteranos e que se perpetua rumo ao distante futuro nas mãos dos inúmeros valores humanos que despontam em todo o Brasil.
Fonte:
Terceira Civilização, edição nº 386, outubro de 2.000, págs. 6-7.
Ibidem, edição nº 446, outubro de 2.005, pág. 12.
Brasil Seikyo, edição nº 1.672, 19 de outubro de 2.002, pág. 2.


BSGI: 45 anos de vitórias e conquistas

1971–1980
Um notável crescimento

A BSGI alcançou um notável crescimento nesse período, conseguindo atingir, pouco mais de seis anos após a fundação, um número de membros cinqüenta vezes maior do que no início. As organizações da BSGI já se espalhavam por quase todo o país e a quantidade de membros brasileiros natos aumentava consideravelmente. Nesse período, várias sedes regionais foram fundadas, consolidando dessa forma a expansão da BSGI nos estados brasileiros.

Festival Cultural realizado em 1974 .
Nessa década, destacaram-se também as convenções por divisão, que ocasionaram um grande impulso às quatro divisões da BSGI. Em 1976, foi fundado o Grupo 2001, que posteriormente viria a se constituir na Divisão dos Estudantes.
Mas essa também foi uma década em que a BSGI começou a realizar eventos na sociedade brasileira. O ano de 1974 foi denominado “Ano da Sociedade”. Entre essas atividades realizadas, incluem-se: o Festival Musical na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (1971), o Festival Musical em comemoração do Sesquicentenário da Independência do Brasil (1972), o Festival Cultural da BSGI no Palácio das Convenções do Anhembi (1974), o Festival Cultural-Esportivo em comemoração dos 15 anos de Brasília, no Ginásio de Esportes Presidente Médici (1976), e o Festival Cultural-Esportivo da BSGI, no Ginásio do Ibirapuera (1979).
Festival em comemoração do 15o aniversário de fundação da cidade de Brasília.

Além dos festivais culturais, destacam-se também a apresentação das bandas feminina (Nova Era Kotekitai) e masculina (Taiyo Ongakutai) da BSGI nos campeonatos nacionais de bandas e fanfarras. Em 24 de agosto de 1977, outro marco na história da BSGI: a inauguração do Centro Cultural, em São Paulo.

1981–1990
Expansão da BSGI

Na terceira década, as atividades da BSGI, de forma geral, foram bem-sucedidas, com a realização de eventos na sociedade, o ciclo anual de convenções e a expansão das organizações em toda a BSGI. O grande destaque desse período foi certamente a terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil, em 1984 — a única visita realizada por ele em toda a década, mas que se mostrou de fundamental importância para os anos vindouros.
Festival Cultural-Esportivo realizado no Ginásio do Ibirapuera em 1984.
Após dezoito anos da segunda visita, os membros da BSGI concretizariam um sonho acalentado por todo esse período. A não vinda do presidente Ikeda ao Brasil em 1974 despertou em todos os membros um sentimento de superar os limites para então tornar possível a terceira visita. Esse sentimento certamente foi compartilhado também pelo próprio presidente Ikeda, possibilitando assim que o relacionamento de mestre e discípulo, princípio fundamental no Budismo de Nitiren Daishonin, fosse fortalecido nesses anos.

Com o crescimento do número de membros, as instalações do Centro Cultural passam a não comportar grandes eventos. Assim, em 21 de fevereiro de 1987, foi inaugurado o Auditório Presidente Ikeda. Nessa mesma ocasião, o presidente da SGI escreveu um significativo poema para os membros brasileiros, intitulado “A Longa e Distante Correnteza do Amazonas”.

Em 29 de julho de 1989, foi inaugurado o Centro Cultural do Rio de Janeiro, e em 18 de fevereiro de 1990, o Centro Cultural Campestre, em São Paulo, duas de uma série de grandes instalações que seriam inauguradas na década seguinte.

1991–2000
Início de um grande desenvolvimento

Se nas décadas anteriores os festivais tiveram um importante papel para divulgar os ideais da BSGI na sociedade, nos anos de 1991 a 2000 as exposições cumpriram essa função. Em 1991, chega ao Brasil a exposição “Eternos Tesouros do Japão”. No ano seguinte, duas outras importantes exposições foram inauguradas — “Diálogos com a Natureza”, no Museu de Arte de São Paulo, em janeiro, e a “Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento” na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Cidade de São Paulo, em julho. Em outubro de 1994, foi inaugurada a exposição “Desenhos das Crianças do Brasil e do Mundo”, no Centro Cultural São Paulo, que ainda hoje está sendo exposta em diversas cidades brasileiras, e a exposição “Direitos Humanos — Direitos de Todos”, em setembro de 1996, no Salão Negro do Ministério da Justiça, em Brasília, no Distrito Federal.

Essa década ficou marcada pela concretização da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, em fevereiro de 1993. Nesse mesmo ano, as organizações da BSGI foram reestruturadas em três coordenadorias, da Cidade de São Paulo, das Regiões Estaduais e do Rio de Janeiro, visando ao seu maior desenvolvimento, e Eduardo Taguchi foi nomeado o novo presidente.

No campo da educação, as atividades do projeto “Makiguti em Ação” e do Curso de Alfabetização para Jovens e Adultos dão novo impulso ao Departamento Educacional, que viria a se constituir na Coordenadoria Educacional em 2000.

Na área da proteção ambiental, a BSGI firmou diversas parcerias com importantes órgãos governamentais, como o acordo de cooperação técnica com a Secretaria do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas (Semact), em dezembro de 1993, ao mesmo tempo que inaugurava o Centro de Pesquisas Ecológicas da Amazônia (BSGI–Cepeam), em Manaus, em junho de 1994. Essa foi também a década de ouro na construção dos “Castelos do Kossen-rufu” em todo o país. Em dezembro de 1996, foi inaugurado o Centro Cultural de Brasília; em janeiro de 1997, o Centro de Aprimoramento, no Centro Cultural Campestre; em junho do mesmo ano, o Palácio Memorial da Paz Eterna; em julho, o Centro Cultural Norte do Paraná; e em março de 1998, o Centro Cultural Sul, da Coordenadoria da Cidade de São Paulo, o primeiro centro cultural regional da BSGI. Além disso, ao final da década a BSGI já contava com 71 sedes regionais espalhadas por todo o país.

Esse período também foi marcado pelo reconhecimento da sociedade brasileira na forma de homenagens — especialmente moções e títulos honorários ao presidente da SGI — concedidas por diversos governos municipais e estaduais e instituições de ensino, além dos vários logradouros públicos que receberam o nome dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai.

Todos esses eventos, que são apenas representativos das grandes conquistas alcançadas pela BSGI ao longo de seus 45 anos, refletem na verdade o empenho e o labor das pessoas anônimas que ajudaram a construir a organização. Dessa forma, ao celebrar seu aniversário de fundação, cada um desses indivíduos pode e deve congratular-se consigo próprio, pois cada qual é parte ativa e fundamental dessa grande e bem-sucedida história de 45 anos.

17 Outubro

17 Outubro

Convenção da Chuva da BSGI



Final da Grande Convenção Cultural dos Jovens — um grandioso marco para as organizações da SGI da América Latina.
Por toda a madrugada dos dias 16 e 17 ouviam-se vozes pelos cantos do grandioso Centro Cultural Campestre da BSGI. Eram os últimos preparativos para a realização da tão aguardada Convenção Cultural dos Jovens da BSGI que marcou a chegada da “Nova Primavera”. Batidas de martelo; pessoas correndo, subindo e descendo escadas; ruídos de panelas e de toques de teclado de computador; instrumentos sendo afinados; carros movendo-se, levando e trazendo materiais; conversas pelo rádio; risadas; planejamento e checagem de todos os detalhes; e ainda a chuva torrencial de domingo. Pessoas anônimas, jovens esquecendo-se muitas vezes do cansaço, prontificavam-se a realizar tudo o que fosse necessário para o sucesso desse evento.
Às 9h45, quando foi anunciada a entrada dos 237 representantes da América Latina no palco ao som da “Marcha para o Século XXI” tudo estava pronto para o início da pré-convenção. Nas arquibancadas coloridas que ladeavam o palco, o público, que usava em seus pulsos os colares confeccionados pela Divisão das Senhoras da BSGI ajudando a compor o cenário, ergueram-se em uma ovação intensa. Nesta parte preliminar foram apresentadas as palavras de cumprimentos de representantes, em espanhol e em português, relatos de lutas, a leitura de algumas das 24 mensagens de congratulações recebidas de várias organizações de outros países — tudo para compor na mente de todos a importância e a amplitude desse evento. Então, entoando a canção “Castelo Brasil”, os dez mil jovens uniram-se em um só espírito para alçar seu vôo como cidadãos do mundo rumo ao Terceiro Milênio, abrindo oficialmente a Convenção Cultural dos Jovens.
A leitura da mensagem do presidente Ikeda (ver na primeira página) foi acompanhada do completo silêncio por parte dos participantes, que atentamente ouviram as palavras do mestre. Em um trecho, ela diz: “O fato de vocês estarem vivendo o drama deste século na incomparável e gloriosa terra brasileira é a maior e a máxima missão e boa sorte. Por isso, espero que ampliem cada vez mais o ideal de paz, harmonia e esperança por todos os recantos do País para que o Brasil reine majestosamente o mundo no novo século. O nosso Brasil decidiu a vitória Soka no século XX! E digo mais: Que a vitória Soka no século XXI seja coroada a partir da atuação do nosso Brasil!”
Em retribuição a toda essa confiança e expectativa de luta por parte do grande mestre, os jovens ergueram-se e, com o semblante tomado de seriedade, bradaram então a Declaração da Divisão dos Jovens da BSGI, lida pela coordenadora da DM da BSGI, Silvana Maria Vicente (leia nesta página). “É chegada a hora do avanço.(...) Com coragem e convicção, assumo o leme da história nesta nova jornada” — assim ecoaram as vozes, que em seguida cantaram a “Ode à Esperança”, o hino do juramento dos jovens. “Mestre, a nossa hora chegou. Herdando o bastão do humanismo, escalo com coragem e esperança a montanha do século XXI” — com lágrimas nos olhos e muitas vezes tendo a voz sufocada pela emoção, cada jovem presente naquela cerimônia remontou para o significado do que fora o dia 16 de março de 1958, o dia do juramento dos discípulos do presidente Toda a seu mestre.
Após as palavras de cumprimentos do coordenador da DJ da Argentina, Oscar Fernandes, em que este expressou a sua alegria e satisfação por participar da significativa convenção e a sua firme decisão de lutar com maior força e afinco pela concretização do Kossen-rufu da América Latina pelas mãos da DJ, em tom emocionado, o coordenador da Divisão dos Rapazes da BSGI, Miguel Shiratori, proferiu as diretrizes futuras dos jovens da BSGI para o novo milênio. Ele clamou: “Caros companheiros, alçando o grande vôo para o Terceiro Milênio com forte paixão e convicção, vamos determinar fazer com que as palavras, sonhos e esperanças do mestre tornem-se realidade. Agarrando o bastão espiritual da unicidade de mestre e discípulo, vamos correr com ele, vamos correr e correr, sustentando sempre e sempre a grandiosa bandeira da esperança para o bem da humanidade. Vamos decidir a vitória Soka no século XXI! Vamos honrar dignamente o juramento de companheiro! Vamos cumprir plenamente o juramento de mestre e discípulo!” (Leia na íntegra na próxima edição.)
Dez mil jovens herdeiros, dez mil mensageiros da paz em prol da felicidade da humanidade. Relembrando o Festival Cultural de Kansai de 1962 — conhecido como o “Festival da Chuva”, que ficou registrado na história do Kossen-rufu mundial como um marco da convicção e determinação dos jovens — o presidente da BSGI, Eduardo Taguchi, disse que a chuva representava lágrimas de alegria dos deuses budistas que simbolizavam a vitória futura dos jovens (leia nesta página). Solicitando a todos que assumissem o espírito dos jovens de Kansai como os dos jovens da América Latina, externou sua expectativa de que concretizassem infalivelmente o desejo do mestre e se tornassem grandes líderes do Kossen-rufu.
Encerrando a primeira parte da convenção, o público participou fazendo o movimento conhecido como “ola” simbolizando a forte e enérgica onda a criar uma nova história nessa trajetória do Kossen-rufu da América Latina.
“Que haja glória nas pessoas de esforço!
Que haja vitória nas pessoas de coragem!
Que haja felicidade nas pessoas de esperança!”
Assim clamou o presidente Ikeda em sua mensagem enviada para a Convenção Cultural da Divisão dos Jovens da BSGI, e era esse exatamente o aspecto de cada um dos dez mil jovens herdeiros que se reuniram no Campo Esportivo Diamante do Centro Cultural Campestre da BSGI.
Esse dia, 17 de outubro de 1999, tornou-se um marco significativo na vida desses jovens, representantes de todas as localidades do Brasil e de onze países da América Latina. Nessa ocasião, em um só brado – num congraçamento de raças, culturas e povos — proferiram seu juramento, como discípulos do rei-leão, de assumir plenamente a responsabilidade e de herdar a missão de concretizar o Kossen-rufu.
Mesmo sob chuva, os participantes manifestaram toda sua alegria e decisão. Nem mesmo a chuva, que caía torrencialmente conseguiu apagar a ardente chama da determinação de realizar, a qualquer custo, esse maravilhoso encontro de jovens líderes do novo século. Todos cantaram, dançaram, pularam, riram e choraram, e se abraçaram envolvidos num ritmo vibrante, que nada mais era que a manifestação do irrefreável júbilo por pentencer à Família Soka e de poder lutar ao lado do mestre.
Não haveria melhor cenário: Diante das montanhas denominadas “Mestre e Discípulo”, jovens brasileiros e latino-americanos, que enfrentaram inúmeras dificuldades e se empenharam durante meses para alcançar a plena vitória, encontravam-se unidos pelas vivas cores dos colares confeccionados carinhosamente pela Divisão das Senhoras da BSGI. Diante dos olhos de muitos dos veteranos que construíram bravamente essa organização que desfruta a mais alta confiança do presidente Ikeda — selaram o seu compromisso eterno: “Não tenho nada além da minha vida a oferecer, e a consagro à missão do Kossen-rufu! Eis o caminho da revolução humana que o senhor me ensinou, e eis o juramento de teu jovem herdeiro! Se a posteridade há de julgar meu mestre, por minha qualidade serás julgado o supremo líder do mundo!” Essas foram as palavras dos dez mil filhos do rei-leão que ecoaram alto sob a persistente chuva que se misturavam às lágrimas. “Não importando o quê, haveremos de vencer! Nenhuma chuva, nenhum obstáculo nos acovardará! — Eis a nossa decisão! Mestre, confie em nós!”, esse era o sentimento estampado o rosto de cada um.



Declaração da Divisão dos Jovens da BSGI
Ao Mestre
Neste rico e grandioso solo,
Elevam-se as vozes dos Bodhisattvas da Terra!
Em nosso coração, pulsa vibrante força e paixão!
É chegada a hora do avanço.
Forjando com toda disposição
Um caráter inabalável e destemido,
Com coragem e convicção,
Assumo o leme da história nesta nova jornada.
Sou eu quem surge desta terra,
Pela glória das pessoas que se esforçam!
Pela vitória das pessoas de coragem!
Pela felicidade das pessoas de esperança!
Não há na história, vida mais bela,
Do que aquela vivida com base nesses princípios.
Assim me treinaste para ser um sábio timoneiro,
De olhos vívidos, infatigável!
Conduzo agora a grande nau da nação Soka,
Que sustenta uma nova era da humanidade.
Disposto a singrar mares bravios,
Levo o Oeste ao encontro do Leste.
Movo meu corpo, hoje rumo ao norte,
Amanhã para o Sul.
Não tenho nada além de minha vida a oferecer,
E a consagro à missão do Kossen-rufu!
Eis o caminho da revolução humana
que o senhor me ensinou,
E eis o juramento de teu jovem herdeiro!
Se a posteridade há de julgar meu mestre,
Por minha qualidade serás
julgado o supremo líder do mundo!

FALECIMENTO DE NITIREN DAISHONIN 13 de outubro de 1282

Nitiren Daishonin


Nitiren Daishonin nasceu em 16 de fevereiro de 1222, em Kominato, na Província de Awa, a leste da atual Baía de Tóquio, como filho de uma família de pescadores. Seu pai chamava-se Mikuni no Tayu e sua mãe, Umeguikunyo.

Quando nasceu recebeu o nome de Zenniti-maro, e com a idade de 12 anos entrou para o templo Seityoji a fim de estudar o budismo.
Com dezesseis anos, entrou para o sacerdócio, tendo como mestre o bonzo Dozen-bo, e recebeu o nome de Zesho-bo, Rentyo. Desse dia em diante, devotou-se inteiramente ao estudo de todas as escrituras budistas.
Ele visitou os principais templos e leu todos os sutras e tratados. Como resultado, aprendeu a essência do budismo, compreendendo a doutrina e o método para a salvação de todas as pessoas. Após dezesseis anos de estudo e prática, compreendeu que o ensino fundamental do budismo é o Sutra de Lótus.
Ao meio-dia de 28 de abril de 1253, no templo Seityoji, ele proclamou o Nam-myoho-rengue-kyo como único e verdadeiro ensino de Mappo, estabelecendo o Verdadeiro Budismo. Estava então com 32 anos (1) de idade.
Nessa ocasião, nomeou a si próprio de Nitiren (literalmente, Sol de Lótus).
Quando Daishonin declarou a Verdadeira Lei, refutou a seita Nembutsu (ou Jodo) afirmando ser a causadora do inferno de incessantes sofrimentos. Isso despertou o ódio de Tojo Kaguenobu, lorde da área e seguidor da seita Nembutsu. Banido de Seityoji, Daishonin foi para Kamakura, a sede do governo na época.
Numa pequena cabana, num local chamado Matsubagayatsu, ele iniciou sua atividade para a salvação de todas as pessoas.
Nos dias de Nitiren Daishonin, as três calamidades e os sete desastres (2) aconteceram sucessivamente. Em particular, um grande terremoto abalou Kamakura em agosto de 1257, e destruiu quase todos os seus principais prédios. Tendo como motivo esse terremoto, Daishonin visitou o templo Jissoji para ponderar sobre a causa das três calamidades e dos sete desastres e também sobre como erradicar essa causa. Foi durante sua estada nesse templo que Nikko Shonin tornou-se seu discípulo.
No dia 16 de julho de 1260, Nitiren Daishonin endereçou um tratado intitulado Rissho Ankoku Ron (A Pacificação da Terra por meio da Propagação do Verdadeiro Budismo) para Hojo Tokiyori, um ex-regente que exercia enorme influência sobre o governo da época.
O tratado afirmava que a causa das três calamidades e dos sete desastres estava na calúnia das pessoas à Verdadeira Lei e na aceitação de doutrinas que contradiziam o ensino do Buda.
Entretanto, Tokiyori rejeitou a admoestação de Daishonin. Enquanto isso, com o apoio de Hojo Shiguetoki, o pai do então regente Hojo Nagatoki, um grupo de seguidores da seita Nembutsu reuniu-se em Matsubagayatsu, na cabana de Daishonin, para assassiná-lo. Esse acontecimento é conhecido como “Perseguição de Matsubagayatsu”, e ocorreu na noite de 27 de agosto de 1260.
Daishonin escapou por pouco dessa perseguição, mas foi banido para a localidade de Ito, na Província de Izu, em 12 de maio de 1261. A ordem do regente — o exílio — foi na realidade uma decisão ilegal embasada somente em seus sentimentos pessoais.
Em fevereiro de 1263, Hojo Tokiyori emitiu o perdão permitindo que Daishonin retornasse a Kamakura. No dia 11 de novembro de 1264, quando Nitiren Daishonin ia visitar Kudo Yoshitaka, chefe do poderoso clã em Awa e um de seus devotados seguidores, sua comitiva chegou a um local chamado Komatsubara, onde subitamente, a tropa de Tojo Kaguenobu atacou. Essa foi a “Perseguição de Komatsubara”.
No dia 18 de janeiro de 1268, emissários mongóis chegaram a Kamakura levando ordens de submissão ou guerra. Presenciando a invasão estrangeira que ele havia predito no Rissho Ankoku Ron, mais uma vez admoestou os governantes, dizendo que deveriam converter-se ao Verdadeiro Budismo.
No dia 12 de setembro de 1271, Hei no Saemon, chefe da força militar, ordenou que Daishonin depusesse na corte para investigações. Daishonin enfrentou-o destemidamente e advertiu-o sobre a conduta errônea do governo. Como resultado, dois dias depois ele foi preso como um rebelde por guerreiros liderados por Hei no Saemon. Esse chefe militarista arbitrariamente decidiu decapitar Daishonin à meia-noite no campo de execução de Tatsunokuti, em Kamakura.
Entretanto, não foi possível decapitá-lo, pois no momento da execução, “um corpo celeste tão brilhante quanto a Lua surgiu repentinamente na direção de Enoshima e atravessou rapidamente o céu de Sudeste a Noroeste. Era pouco antes da alvorada e estava muito escuro para ver o rosto de qualquer pessoa, entretanto, o objeto clareou todos. O carrasco caiu cobrindo sua face, e seus olhos cegaram-se. Em pânico, alguns soldados fugiram para longe, outros caíram de seus cavalos e outros ainda esconderam-se atrás das selas.” (“Comportamento do Buda”, END, vol.1, pág.163.) Esse acontecimento é chamado de “Perseguição de Tatsunokuti”.
Nesse momento, Nitiren Daishonin abandonou sua condição transitória como Bodhisattva Jogyo, ao mesmo tempo em que provou a si mesmo ser o Buda Original da Suprema Sabedoria. Esse fato é chamado de Hosshaku Kempon (abandonar a forma transitória e revelar a verdadeira identidade).
Após a tentativa malsucedida de execução, o governo decidiu banir Daishonin para a Ilha de Sado. Forçado a permanecer numa pequena choupana, sem alimentos e em meio a um frio intenso, ele sofreu ataques contínuos por parte dos bonzos inimigos que viviam no local. Apesar de viver em circunstâncias tão severas, Daishonin escreveu muitas obras importantes nesse local.
O exílio em Sado dividiu em duas fases a vida dedicada à propagação. Desde que recitou pela primeira vez o Nam-myoho-rengue-kyo em 28 de abril de 1253 até o seu segundo exílio na Ilha de Sado, ele somente propagou o Daimoku e não se referiu aos “Três Grandes Ensinos Fundamentais”. Após a Perseguição de Tatsunokuti e seu exílio em Sado, Nitiren Daishonin assume a sua identidade como Buda Original dos Últimos Dias da Lei, ou o Buda Original da Suprema Sabedoria. Posteriormente, ele inscreveu o Gohonzon, expondo seus importantes ensinos e finalmente atingindo o propósito de seu advento — o estabelecimento do Dai-Gohonzon do Verdadeiro Budismo.
Dos escritos que completou na Ilha de Sado, os dois mais importantes são “Abertura dos Olhos” e “O Verdadeiro Objeto de Adoração”. Ele iniciou a preparação de “Abertura dos Olhos” em 1271 e terminou em fevereiro de 1272. Essa escritura é a prova documental da revelação do Buda Original. Nela Nitiren Daishonin expõe que ele próprio é possuidor das “três virtudes de soberano, mestre e pais”, e que é o “Buda Original dos Últimos Dias da Lei”, ou o “objeto de adoração em termos de Pessoa”.
Ele escreveu “O Verdadeiro Objeto de Adoração” em abril de 1273, no qual esclareceu que o Gohonzon é o objeto de devoção para a salvação de todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei e a forma como o Daimoku deve ser recitado. Nitiren Daishonin inscreveu a sua condição de vida em forma de um mandala, revelando desse modo o “objeto de devoção em termos de Lei”.
Assim, ele ensina que as pessoas nos Últimos dias da Lei devem abraçar o Gohonzon de nimpo ikka (unicidade de Pessoa e Lei) e recitar o Daimoku com fé a fim de atingir a iluminação nesta vida.
Perdoado de seu exílio na Ilha de Sado em fevereiro de 1274, Nitiren Daishonin retornou a Kamakura em março. Em 8 de abril, apresentou-se perante Hei no Saemon, oficial representante do regente Hojo Tokimune.
Diferente da primeira ocasião, Hei no Saemon mostrou-se gentil e polido quando perguntou a Nitiren Daishonin sua opinião sobre o ataque mongol, e quando isso ocorreria. Daishonin respondeu claramente: “Eles certamente chegarão ainda este ano”, como consta no Gosho “Comportamento do Buda”. Também admoestou os oficiais contra a aceitação de religiões heréticas e solicitou-lhes que buscassem a fé no Verdadeiro Budismo a fim de evitar a invasão.
Entretanto, uma vez mais recusaram a advertência e Daishonin decidiu viver em reclusão na Vila haguiri, situada aos pés do Monte Minobu, na Província de Kai.
Em outubro de 1274, as forças mongóis atacaram Ikki e Tsushima, duas das ilhas situadas no Sudoeste do Japão, e então seguiram para a Baía Hakata, na costa nordeste de Kyushu. Nitiren Daishonin devotou-se totalmente preparando os seus discípulos e trabalhando em volumosas teses tais como “A Seleção do Tempo” e “Retribuição aos Débitos de Gratidão”. Além disso, transferiu oralmente seus profundos ensinos a seu sucessor imediato, Nikko Shonin, os quais se encontram no Ongui Kuden (Registro dos Ensinos Orais), Hyaku Rokka Sho (As Cento e Seis Comparações) e Honnin-myo Sho (Sobre a Verdadeira Causa);
Em 21 setembro de 1279, vinte camponeses e seguidores de Nitiren Daishonin, que viviam Atsuhara, foram injustamente detidos. Eles foram levados a Kamakura e aprisionados, sendo coagidos a abandonar a fé no Budismo de Daishonin, mas persistiram, sem ceder às torturas praticadas pelos guardas de Hei no Saemon. Mais tarde, os três irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro foram executados, enquanto dezessete outros seguidores foram banidos de suas terras. Essa foi a “Perseguição de Atsuhara”.
Mais tarde, Daishonin mudou-se para um templo chamado Minobu-zan Kuonji. Depois, transferiu a totalidade de seus ensinos a Nikko Shonin. Em 13 de outubro de 1282, faleceu aos 61 anos (3) na residência de Munenaka Ikegami.

Nota:
1. No sistema japonês de contagem, considera-se que a pessoa já tenha um ano de idade no ano de seu nascimento
2. Três calamidades e sete desastres: Calamidades e desastres causados pela calúnia ao Verdadeiro Budismo. As três calamidades são: guerra, pestes e fome. Os sete desastres são: (1) eclipse solar ou lunar; (2) movimento anormal dos corpos celestes ou aparecimento de cometas; (3) destruição geral pelo fogo; (4) irregularidades meteorológicas tais como tempestades e alterações anormais de temperatura; (5) ventanias e furações; (6) seca prolongada; e (7) destruição do país por lutas internas ou por invasão estrangeira.
3. Vide nota 1.
Fonte:
Apostila Exame de Budismo 2.000, págs. 48-50.

12 Outubro Inscrição do Dai-Gohonzon

12 Outubro

Inscrição do Dai-Gohonzon

Nitiren Daishonin estabeleceu seu budismo em 28 de abril de 1253 com a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo pela primeira vez. Com esse ato, ele revelou às pessoas a chave para atingirem a mesma condição de vida iluminada a que ele havia chegado. Porém, ao mesmo tempo, despertou a ira de líderes religiosos e governamentais, atraindo para si grandes perseguições.
A Perseguição de Tatsunokuti, ocorrida em 12 de setembro de 1271, foi um acontecimento de extrema importância por ter sido o momento em que Daishonin, escapando por pouco de ser decapitado, “abandona a identidade transitória e revela a verdadeira” (hosshaku kempon), ou seja, a partir desse evento, ele assume a identidade de Buda Original dos Últimos Dias da Lei. Foi desse momento em diante também que ele passou a inscrever o Gohonzon a alguns de seus discípulos, possibilitando-os a se relacionarem de forma direta com a Lei.
Com base em trechos das próprias cartas (Gosho) escritas por Daishonin, entre esses discípulos que receberam o Gohonzon inscrito por ele estão Nitinyo, que segundo algumas fontes teria sido esposa de Ikegami Munenaka, o mais velho dos irmãos Ikegami, e filha da Dama Matsuno.
Na carta escrita em 23 de agosto de 1277, no Monte Minobu, Daishonin dedica as seguintes palavras a Nitinyo:
“Uma mulher como a senhora, que serve a tal esplêndido Gohonzon, convida a felicidade nesta vida. Em sua próxima existência, o Gohonzon permanecerá próximo à senhora, diante e atrás, em sua esquerda e direita. Será como uma lanterna num local de escuridão completa, ou um guia que nunca falha numa escarpada e perigosa passagem da montanha. Onde quer que vá, seja longe ou próximo, o Gohonzon a envolverá e a protegerá. (...) Nunca procure o Gohonzon em outros lugares. Ele somente pode habitar o coração das pessoas comuns como nós, que abraçam o Sutra de Lótus e recitam o Nam-myoho-rengue-kyo.”4
Sairembo Nitijo foi outro discípulo a quem Daishonin provavelmente concedeu o Gohonzon. Na carta endereçada a ele, datada de 17 de maio de 1273, Daishonin diz: “Creia no Gohonzon, o maior objeto de devoção do mundo. Empenhe-se destemidamente em criar uma fé suficientemente forte para receber a proteção de Sakyamuni, Taho e todos os outros budas.”5
Daishonin descreve a grandiosidade do Gohonzon a Myoshin-ama em uma carta datada de 25 de agosto de 1275. Nela, ele concede o supremo objeto de devoção a essa seguidora para a proteção de seu filho. Daishonin diz: “Recebi seus vários oferecimentos. Estou lhe confiando o Gohonzon para a proteção de sua criança. Este Gohonzon é o coração do Sutra de Lótus e os olhos de todas as escrituras. É como o Sol e a Lua no céu, um poderoso governante na Terra, o coração de um ser humano, a jóia da concessão dos desejos6 entre os muitos tesouros e o pilar de uma casa.
“Quando se abraça este mandala, todos os budas e deuses juntam-se ao redor da pessoa, acompanham-na dia e noite, como os guerreiros guardam seu soberano, como os pais amam seus filhos, como os peixes precisam da água, como as árvores e plantas anseiam por chuva, ou como os pássaros dependem das árvores. Deve confiar nele com todo o seu coração.”7
Em uma outra carta escrita em 15 de agosto de 1273, quando encontrava-se exilado na Ilha de Sado, Daishonin dedica as seguintes palavras a Shijo Kingo e sua esposa Nitiguennyo, embora fosse endereçada à filha do casal, Kyo’o: “O Gohonzon que enviei há algum tempo deve ser conservado sem tirá-lo do corpo mesmo por um instante sequer. Este Gohonzon nunca foi conhecido, muito menos inscrito, por alguém nos Primeiros ou Médios Dias da Lei. Dizem que o leão, o rei dos animais, avança três passos e então concentra todas as suas energias para saltar, desprendendo a mesma força quando apanha uma diminuta formiga ou ataca ferozes animais. Ao inscrever este Gohonzon para a sua proteção, Nitiren é igual ao rei leão. Creia neste Gohonzon com todo o seu coração. O Nam-myoho-rengue-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”8
A uma outra seguidora sua, Ni Ama, Daishonin endereçou uma carta datada de 16 de fevereiro de 1275, na qual diz: “A senhora pediu-me para inscrever o Gohonzon para O-Ama Gozen [sogra de Ni-Ama]. Este Gohonzon jamais foi inscrito por nenhum dos muitos estudiosos budistas que viajaram da Índia à China ou pelos bonzos que viajaram da China à Índia. Todos os objetos de devoção já consagrados nos templos em toda a Índia estão descritos, sem exceção, no Registro das Regiões Ocidentais, A Vida de Hsuan-chang e Registro da Transmissão da Luz, e este Gohonzon não está incluído entre eles. (...) A senhora é do mesmo clã de O-ama Gozen, mas sua fé é mais profunda. Como a senhora enviou-me doações com freqüência, tanto em Sado como aqui em Minobu, e como sua fé parece não diminuir, eu lhe concederei o Gohonzon. Mas ainda me preocupo se a senhora conservará sua fé até o fim, e sinto como se estivesse caminhando sobre uma camada fina de gelo ou encarando uma espada desembainhada. Eu lhe escreverei novamente com mais detalhes.”9
Essas cartas, juntamente com os tratados “Abertura dos Olhos”, escrito em fevereiro de 1272 para Shijo Kingo, quando Daishonin encontrava-se na Ilha de Sado; e “O objeto de devoção para a observação da mente estabelecido no quinto período de quinhentos anos após o falecimento do Buda”, datado de 26 de abril de 1273 e endereçado a Toki Jonin, são registros de sua infinita benevolência por seus discípulos. Foi com o mais sincero desejo de possibilitar a essas pessoas, que passavam por sérias dificuldades e grandes sofrimentos, a atingirem a iluminação ou a felicidade absoluta, que ele concedeu-lhes o Gohonzon.
Na época, a nação japonesa vivia assolada por terremotos, pestes, epidemias, secas prolongadas, escassez de alimentos e conflitos armados. Esse caos, alertava Daishonin, devia-se à crença cega em religiões desencaminhadoras e errôneas.
Daishonin não poderia permanecer indiferente ao sofrimento de tantas pessoas. O que mais poderia fazer por elas? Esse pensamento deve ter ocupado dia e noite sua mente até a chegada do tempo certo — o momento do cumprimento de seu advento neste mundo.
A Perseguição de Atsuhara marcou a chegada desse tempo. Em 21 de setembro de 1279, vinte camponeses foram presos e três deles decapitados por se recusarem a abandonar a fé no Budismo de Nitiren Daishonin. Vendo a atitude destemida de seus discípulos nesse confronto direto, chegando ao ponto de darem a própria vida em defesa da Lei, Daishonin inscreve o Dai-Gohonzon, o supremo objeto de devoção, para toda a humanidade em 12 de outubro de 1279.