Parábola do homem rico e seu filho pobre
Há muitos anos, um menino havia fugido da casa de seu pai, que era um homem muito rico. Durante aproximadamente cinqüenta anos, ele perambulou de um lugar para outro, em extrema pobreza, realizando trabalhos serviçais. Um dia, em suas andanças, por obra do acaso, ele foi parar na mansão de seu pai. O homem rico exultou ao ver o filho novamente, pois desejava legar-lhe toda a sua riqueza e suas propriedades. O filho, contudo, não reconheceu o pai e fugiu, assustado com o explendor de sua mansão.O homem rico, então, envia mensageiros para trazê-lo de volta, mas o filho, pensando que vieram prendê-lo, desmaia de medo.
Ouvindo isso, o homem rico pede aos mensageiros que o soltem e, no lugar deles, manda dois de seus servos vestidos com roupas sujas para oferecerem a seu filho o trabalho de recolher excrementos. O filho rapidamente aceita esse emprego na casa do homem rico.
Após algum tempo, o homem rico também se disfarça com roupas sujas para poder se aproximar de seu filho.
Por vinte anos o filho se dedicou a limpar excrementos e, gradativamente, começou a se firmar.
O homem rico então promove o filho a administrador de sua propriedade e, passo a passo, este começa a aprender todas as suas funções. Finalmente, o pai sente que a morte está próxima. Ele então declara ao rei, aos ministros e a seus parentes que seu empregado é, na realidade, seu filho verdadeiro. E lhe transfere todas as sua posses.
Esta história foi criada e contada pelos quatro homens de Erudição (Shubodai, Kasennen, Mokuren e Kasho) a Sakyamuni com o intuito de mostrar-lhe que haviam compreendido seu ensinamento.
O homem rico dessa parábola representa o Buda, cujo desejo único é possibilitar a todas as pessoas desfrutar o mesmo estado sublime de vida que o dele, assim como o homem rico deseja legar toda a sua riqueza a seu filho.
O filho pobre simboliza os mortais comuns, que vagam, transmigrando no mundo tríplice, sem encontrar o veículo supremo.A fim de conduzi-los à iluminação, o Buda primeiro lhes ensina o budismo Hinayana, assim como o homem rico oferece a seu filho um meio de sustento - recolher excrementos. Então, ele expõe os ensinos Mahayana provisórios, assim como ao filho, em seguida, é dada a tarefa de administrar a propriedade de seu pai.
Deste modo, percebendo a capacidade das pessoas, o Buda as conduz gradativamete com os três veículos inferiores - Erudição, Absorção e Bodhisattva - e, finalmente, lhes revela o veículo único do budismo do Sutra de Lótus.