História
Corra, Melos!
Edição 523 - Publicado em 17/Março/2012 - Página 38
Neste ano, denominado “Ano da Expansão da SGI de Força Jovem”,
todos foram convocados para se renovar e rejuvenescer. Como?
O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, dá a dica: “Quando nos devotamos para cumprir o juramento Seigan compartilhado por mestre e discípulo, manifestamos naturalmente o máximo da nossa força e de nosso potencial”.
Manter-se leal ao juramento até a sua conclusão é a essência para
sagrar-se vitorioso e é o espírito da SGI de Força Jovem.
Um belo exemplo disso é a história Corra, Melos!, que republicamos a seguir. Ao final, destacamos as considerações desse romance citado pelo presidente Ikeda para as integrantes do Kayo Kai, em 1966, e do Ikeda Kayo Kai, em 2008.
todos foram convocados para se renovar e rejuvenescer. Como?
O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, dá a dica: “Quando nos devotamos para cumprir o juramento Seigan compartilhado por mestre e discípulo, manifestamos naturalmente o máximo da nossa força e de nosso potencial”.
Manter-se leal ao juramento até a sua conclusão é a essência para
sagrar-se vitorioso e é o espírito da SGI de Força Jovem.
Um belo exemplo disso é a história Corra, Melos!, que republicamos a seguir. Ao final, destacamos as considerações desse romance citado pelo presidente Ikeda para as integrantes do Kayo Kai, em 1966, e do Ikeda Kayo Kai, em 2008.
Melos, um jovem camponês, venceu as mais duras provas, inclusive a morte. Quando foi preso injustamente, ele pediu ao rei tirano que o deixasse ir ao casamento de sua irmã mais nova. Melos garantiu ao rei que retornaria à prisão após o casamento.
O rei não acreditando que o trato fosse cumprido, dispôs-se a fazê-lo mediante maldosa proposta. Ele lhe concederia o pedido, se houvesse alguém disposto a ser executado em seu lugar. Caso não retornasse dentro de três dias, antes de o Sol se pôr, essa pessoa seria executada. Seu fiel amigo, Serinuntius, voluntariou-se.
O rei, descrente, sugeriu a Melos que não voltasse, deixando que o amigo fosse morto, pois assim obteria sua liberdade.
Após assistir ao casamento de sua irmã, ele iniciou seu retorno. Venceu vários obstáculos impossíveis, para corresponder a um honrado amigo. A caminhada era demasiadamente penosa e, na metade da jornada, suas forças já haviam se esgotado. Não conseguindo dar um passo sequer, caiu ao chão, chorando. Em sua mente, surgia o pensamento:
Oh! Você chegou até aqui, venceu as correntezas e os bandidos terríveis que queriam lhe derrotar a todo o custo. Como pode ser tão covarde? Seu estimado amigo morrerá por ter confiado em você. Você será o homem mais mesquinho e covarde deste mundo. Será tal qual o rei desejou.
O rei não acreditando que o trato fosse cumprido, dispôs-se a fazê-lo mediante maldosa proposta. Ele lhe concederia o pedido, se houvesse alguém disposto a ser executado em seu lugar. Caso não retornasse dentro de três dias, antes de o Sol se pôr, essa pessoa seria executada. Seu fiel amigo, Serinuntius, voluntariou-se.
O rei, descrente, sugeriu a Melos que não voltasse, deixando que o amigo fosse morto, pois assim obteria sua liberdade.
Após assistir ao casamento de sua irmã, ele iniciou seu retorno. Venceu vários obstáculos impossíveis, para corresponder a um honrado amigo. A caminhada era demasiadamente penosa e, na metade da jornada, suas forças já haviam se esgotado. Não conseguindo dar um passo sequer, caiu ao chão, chorando. Em sua mente, surgia o pensamento:
Oh! Você chegou até aqui, venceu as correntezas e os bandidos terríveis que queriam lhe derrotar a todo o custo. Como pode ser tão covarde? Seu estimado amigo morrerá por ter confiado em você. Você será o homem mais mesquinho e covarde deste mundo. Será tal qual o rei desejou.
Melos repreendia a si mesmo. Seu corpo, exausto, não obedecia. Não conseguia nem mesmo se mover. E continuou refletindo:
Quando o cansaço é muito grande, atinge até a consciência. Os maus pensamentos, impróprios a um herói, tomam conta da pessoa. Eu me esforcei tanto! Jamais pensei em não cumprir minha promessa. Corri até não poder mais. Não sou covarde. Oh! Se pudesse, abriria meu peito e mostraria meu coração. Este coração que pulsa com o sangue do amor e da sinceridade. Porém, sou um homem infeliz.
Todos rirão de mim. Minha família também será desprezada. Eu traí a confiança de um amigo. Fraquejar no meio do caminho é o mesmo que ser derrotado desde o começo. Oh! Não há remédio. Talvez seja o meu destino. Serinuntius, perdoe-me. Você sempre confiou em mim. Eu também nunca o traí. Sempre fomos amigos. Nunca fomos atacados pela desconfiança, nem mesmo por um instante. Mesmo agora, creio que esteja me esperando. Obrigado, Serinuntius. Muito obrigado por ter tanta confiança em mim! Quando penso nisso, fico desesperado. Serinuntius, corri, jamais pensei em traí-lo. Creia-me, corri como um louco. Outra pessoa não conseguiria chegar aonde cheguei... Agora, nada mais me importa. Deixe-me. Fui derrotado. Sou mesmo fraco. Ria-se. O rei disse-me para que chegasse atrasado, pois assim mataria o refém e salvaria minha vida. Odiei a atitude sórdida do rei. Porém, agora estou agindo como ele queria. Cheguei tarde. O rei rirá satisfeito e me soltará sem implicar. Quando isto acontecer, sofrerei muito mais do que se morresse.
Serinuntius, morrerei também. Deixe-me morrer junto com você. Sei que acredita em mim, apesar de tudo, não é?
Ou será que isso é apenas otimismo da minha parte? Oh! Não! Talvez eu viva como um traidor. Tenho uma casa na aldeia. Quem sabe minha irmã não me expulse de lá.
Justiça, sinceridade, amor. Pensando bem, tudo isto é bobagem. Mate outra pessoa para viver. Não seria esta a lei deste mundo dos homens?
Tudo é bobagem. Sou um traidor desprezível. Faça como quiserem.
Quando o cansaço é muito grande, atinge até a consciência. Os maus pensamentos, impróprios a um herói, tomam conta da pessoa. Eu me esforcei tanto! Jamais pensei em não cumprir minha promessa. Corri até não poder mais. Não sou covarde. Oh! Se pudesse, abriria meu peito e mostraria meu coração. Este coração que pulsa com o sangue do amor e da sinceridade. Porém, sou um homem infeliz.
Todos rirão de mim. Minha família também será desprezada. Eu traí a confiança de um amigo. Fraquejar no meio do caminho é o mesmo que ser derrotado desde o começo. Oh! Não há remédio. Talvez seja o meu destino. Serinuntius, perdoe-me. Você sempre confiou em mim. Eu também nunca o traí. Sempre fomos amigos. Nunca fomos atacados pela desconfiança, nem mesmo por um instante. Mesmo agora, creio que esteja me esperando. Obrigado, Serinuntius. Muito obrigado por ter tanta confiança em mim! Quando penso nisso, fico desesperado. Serinuntius, corri, jamais pensei em traí-lo. Creia-me, corri como um louco. Outra pessoa não conseguiria chegar aonde cheguei... Agora, nada mais me importa. Deixe-me. Fui derrotado. Sou mesmo fraco. Ria-se. O rei disse-me para que chegasse atrasado, pois assim mataria o refém e salvaria minha vida. Odiei a atitude sórdida do rei. Porém, agora estou agindo como ele queria. Cheguei tarde. O rei rirá satisfeito e me soltará sem implicar. Quando isto acontecer, sofrerei muito mais do que se morresse.
Serinuntius, morrerei também. Deixe-me morrer junto com você. Sei que acredita em mim, apesar de tudo, não é?
Ou será que isso é apenas otimismo da minha parte? Oh! Não! Talvez eu viva como um traidor. Tenho uma casa na aldeia. Quem sabe minha irmã não me expulse de lá.
Justiça, sinceridade, amor. Pensando bem, tudo isto é bobagem. Mate outra pessoa para viver. Não seria esta a lei deste mundo dos homens?
Tudo é bobagem. Sou um traidor desprezível. Faça como quiserem.
Desfalece, enfim, chorando, estendido ao chão. De repente, ouviu o barulho de uma correnteza ali perto. Levantou-se cambaleando e viu a água que surgia de uma rocha. Curvou-se um pouco como que absorvido pela mina. Tomou um gole. Deu um longo suspiro, parecia acordar de um sonho ruim. Conseguiu andar. Recobrando a energia, viu renovar a esperança, embora mínima. A esperança de cumprir o dever, de dar a vida pela honra.
Alguém me aguarda, confiante, sem duvidar um pouco sequer. Não me pertenço. Minha vida nada vale. Não posso pensar em ser perdoado se morrer aqui. Devo recompensar a confiança em mim depositada. No momento, isso é o mais importante. Corra, Melos! Alguém confia em você! Aquele pensamento que me ocorreu há pouco foi o sussurro de um demônio, um pesadelo que eu tive. Devo esquecer. Agora sim, poderei morrer como um herói. Oh! O Sol já vai desaparecer. Espere-me! Oh! Desde que eu nasci, fui um homem honesto. Quero morrer como tal.
Empurrando as pessoas, Melos corria desesperadamente.
— Guarda, sou eu! Sou eu quem deve morrer. Sou Melos, quem fez deste homem um refém. Estou aqui.
— Guarda, sou eu! Sou eu quem deve morrer. Sou Melos, quem fez deste homem um refém. Estou aqui.
Gritando, ele subiu no cadafalso e agarrou-se aos pés de seu amigo.
— Serinuntius!, disse com os olhos marejados. Bata-me com força. No meio do caminho, tive um mal pensamento. Se não me bater, não terei o direito de abraçá-lo. Bata!
— Serinuntius!, disse com os olhos marejados. Bata-me com força. No meio do caminho, tive um mal pensamento. Se não me bater, não terei o direito de abraçá-lo. Bata!
Serinuntius assentiu com a cabeça e o esbofeteou fortemente. Depois, sorrindo disse:
— Melos, bata-me também com o mesmo ardor que lhe bati. Nestes longos dias de espera, por um instante, duvidei de você. Se você não me bater, não poderei abraça-lo.
— Melos, bata-me também com o mesmo ardor que lhe bati. Nestes longos dias de espera, por um instante, duvidei de você. Se você não me bater, não poderei abraça-lo.
Melos esbofeteou-o com toda a força. Os dois amigos abraçaram-se chorando e falando ao mesmo tempo:
— Obrigado, amigo.
— Obrigado, amigo.
Depois, choraram de alegria. O povo chorava também. O rei Dionísio, o tirano, que assistia à cena do meio da multidão, aproximou-se e disse:
— Vocês venceram. Venceram meu coração incrédulo. Agora sei que a sinceridade não é mera ilusão sem fundamento. Por favor, façam de mim um companheiro de vocês. Peço-lhes de coração, permitam-me ser seu amigo.
— Vocês venceram. Venceram meu coração incrédulo. Agora sei que a sinceridade não é mera ilusão sem fundamento. Por favor, façam de mim um companheiro de vocês. Peço-lhes de coração, permitam-me ser seu amigo.
O povo bradou, extasiado de alegria.
Fonte: BS, edição no 1.059, 18 de novembro de 1989, p. 5.
Um romance para inspirar os jovens
por Dr. Daisaku Ikeda
A reunião do Grupo Kayo, realizada em julho de 1966, foi particularmente memorável. Li para as presentes o conto Corra, Melos!, do escritor japonês Osamu Dazai (1909–1948).
Corra, Melos! é muito conhecido no Japão. O romance conta a história de um rei tirano e cruel que havia perdido a fé na bondade e na lealdade dos seres humanos e estava executando muitas pessoas. O jovem camponês Melos rebela-se contra o rei, demonstrando uma ira justificada. Entretanto, é preso e sentenciado à morte.
Como último desejo, ele pede para ir à vila onde morava assistir ao casamento da irmã mais nova. O rei não lhe dará a permissão sem que um refém fique em seu lugar. Então, Serinuntius, o grande amigo de Melos, apresenta-se como voluntário. Melos parte para sua vila e promete voltar dentro de três dias, antes de o Sol se pôr. Se mantivesse o compromisso, seu amigo seria libertado e ele, executado. Melos retornaria no tempo determinado ou trairia seu amigo para salvar a própria vida?
Após o casamento da irmã, Melos inicia a viagem de volta, com a intenção de manter o juramento e salvar a vida do amigo, que havia confiado nele. No caminho, é impedido por uma grande inundação causada pela chuva torrencial. Ele consegue nadar na enchente, contudo, é atacado por bandidos. Escapa deles. Porém, no terceiro dia, quando o Sol começa a se pôr, hesita. É dominado pelo cansaço e pelo desejo de desistir.
Melos reúne toda a sua disposição, e, rejeitando as covardes vozes interiores, vence a tentação. “Alguém está esperando por mim”, pensa. “Devo provar que sou digno de sua confiança.” “Corra, Melos!”, diz a si próprio, incentivando-se até chegar a tempo de salvar o amigo da execução. Melos manteve fielmente o compromisso que fizera, retornando para salvar Serinuntius. Ele comprova que a lealdade existe e, com isso, faz o rei restabelecer a fé nos seres humanos.
Antes de começar a ler esse romance nessa reunião, eu disse com profunda emoção às participantes: “Gostaria de dedicar esta história a todas vocês como um tributo ao Grupo Kayo. O espírito que ela retrata reflete minha própria história, meu futuro e minha determinação. Lutem destemidamente em suas batalhas pessoais!”
Quando a empresa do presidente Toda passava por uma crise e a própria sobrevivência da Soka Gakkai estava ameaçada, corri como Melos para proteger meu mestre. Durante a Campanha de Osaka de 1956, lutei e venci com inabalável determinação, como se fosse o próprio Melos. Após o falecimento de Toda Sensei, venci cada violenta tempestade de adversidade e corri incansavelmente para comprovar ao mundo inteiro a verdade e a vitória da Soka Gakkai. Com o incansável espírito de Melos, dediquei-me a cumprir o juramento que havia feito ao meu mestre como seu discípulo. Como Osamu Dazai proclamou: “Faça a coisa certa sorrindo!”1
Em toda a história de nosso movimento, houve muitas pessoas que traíram seu mestre, a quem deviam muito, causaram sofrimento aos seus companheiros e tentaram prejudicar a Soka Gakkai. Todos vocês observaram o terrível e triste estado de vida em que esses infelizes indivíduos caíram. Não importando quão inteligentes sejam os argumentos apresentados para justificar suas ações, eles prepararam sua queda traindo a si próprios.
Nunca me esquecerei das palavras que o jovem presidente da Mongólia, Nambaryn Enkhbayar, me disse durante nosso encontro (em fevereiro de 2007). São versos de uma canção folclórica do país: “Nós falamos do inferno, / mas de onde vem o inferno? / Quebre um juramento que você fez / — isso é inferno”.2
Durante a vida, enfrentamos várias dificuldades e tempestades inesperadas. Também é certo, à luz do Sutra de Lótus e dos escritos de Nitiren Daishonin, que a Soka Gakkai — uma organização de devotos do Sutra de Lótus — será alvo do ataque dos Três Poderosos Inimigos3 do Budismo. E é natural que as pessoas que abandonaram e traíram a fé por inveja ou ingratidão acabem conspirando contra nós. Cada um desses desafios mostra o que Daishonin chama de “momento crucial” (WND, v. 1, p. 283).
Naquela época, o que importava era se a pessoa permanecia fiel ao juramento de realizar o Kossen-rufu, conforme Daishonin declara: “Este é meu juramento, e eu nunca o abandonarei!” (WND, v. 1, p. 281) Esta é a chave para manifestar o estado de Buda nesta vida e garantir uma condição de felicidade que dure por toda a eternidade. Diz uma passagem de Corra, Melos!: “Se for para eu cair aqui e agora, seria como se eu nunca tivesse feito nada”.4
Com minhas sinceras orações, transmiti as seguintes diretrizes às integrantes do grupo: “Corram, membros do Grupo Kayo, assim como Melos, sem nunca duvidar de seus companheiros nem da Soka Gakkai, e, acima de tudo, não duvidem do Gohonzon! Corram, membros da DFJ!” Uma vida baseada no juramento Seigan e na profunda gratidão é bela. Cada passo dado dessa forma é um passo na direção da vitória e da felicidade.
Corra, Melos! é muito conhecido no Japão. O romance conta a história de um rei tirano e cruel que havia perdido a fé na bondade e na lealdade dos seres humanos e estava executando muitas pessoas. O jovem camponês Melos rebela-se contra o rei, demonstrando uma ira justificada. Entretanto, é preso e sentenciado à morte.
Como último desejo, ele pede para ir à vila onde morava assistir ao casamento da irmã mais nova. O rei não lhe dará a permissão sem que um refém fique em seu lugar. Então, Serinuntius, o grande amigo de Melos, apresenta-se como voluntário. Melos parte para sua vila e promete voltar dentro de três dias, antes de o Sol se pôr. Se mantivesse o compromisso, seu amigo seria libertado e ele, executado. Melos retornaria no tempo determinado ou trairia seu amigo para salvar a própria vida?
Após o casamento da irmã, Melos inicia a viagem de volta, com a intenção de manter o juramento e salvar a vida do amigo, que havia confiado nele. No caminho, é impedido por uma grande inundação causada pela chuva torrencial. Ele consegue nadar na enchente, contudo, é atacado por bandidos. Escapa deles. Porém, no terceiro dia, quando o Sol começa a se pôr, hesita. É dominado pelo cansaço e pelo desejo de desistir.
Melos reúne toda a sua disposição, e, rejeitando as covardes vozes interiores, vence a tentação. “Alguém está esperando por mim”, pensa. “Devo provar que sou digno de sua confiança.” “Corra, Melos!”, diz a si próprio, incentivando-se até chegar a tempo de salvar o amigo da execução. Melos manteve fielmente o compromisso que fizera, retornando para salvar Serinuntius. Ele comprova que a lealdade existe e, com isso, faz o rei restabelecer a fé nos seres humanos.
Antes de começar a ler esse romance nessa reunião, eu disse com profunda emoção às participantes: “Gostaria de dedicar esta história a todas vocês como um tributo ao Grupo Kayo. O espírito que ela retrata reflete minha própria história, meu futuro e minha determinação. Lutem destemidamente em suas batalhas pessoais!”
Quando a empresa do presidente Toda passava por uma crise e a própria sobrevivência da Soka Gakkai estava ameaçada, corri como Melos para proteger meu mestre. Durante a Campanha de Osaka de 1956, lutei e venci com inabalável determinação, como se fosse o próprio Melos. Após o falecimento de Toda Sensei, venci cada violenta tempestade de adversidade e corri incansavelmente para comprovar ao mundo inteiro a verdade e a vitória da Soka Gakkai. Com o incansável espírito de Melos, dediquei-me a cumprir o juramento que havia feito ao meu mestre como seu discípulo. Como Osamu Dazai proclamou: “Faça a coisa certa sorrindo!”1
Em toda a história de nosso movimento, houve muitas pessoas que traíram seu mestre, a quem deviam muito, causaram sofrimento aos seus companheiros e tentaram prejudicar a Soka Gakkai. Todos vocês observaram o terrível e triste estado de vida em que esses infelizes indivíduos caíram. Não importando quão inteligentes sejam os argumentos apresentados para justificar suas ações, eles prepararam sua queda traindo a si próprios.
Nunca me esquecerei das palavras que o jovem presidente da Mongólia, Nambaryn Enkhbayar, me disse durante nosso encontro (em fevereiro de 2007). São versos de uma canção folclórica do país: “Nós falamos do inferno, / mas de onde vem o inferno? / Quebre um juramento que você fez / — isso é inferno”.2
Durante a vida, enfrentamos várias dificuldades e tempestades inesperadas. Também é certo, à luz do Sutra de Lótus e dos escritos de Nitiren Daishonin, que a Soka Gakkai — uma organização de devotos do Sutra de Lótus — será alvo do ataque dos Três Poderosos Inimigos3 do Budismo. E é natural que as pessoas que abandonaram e traíram a fé por inveja ou ingratidão acabem conspirando contra nós. Cada um desses desafios mostra o que Daishonin chama de “momento crucial” (WND, v. 1, p. 283).
Naquela época, o que importava era se a pessoa permanecia fiel ao juramento de realizar o Kossen-rufu, conforme Daishonin declara: “Este é meu juramento, e eu nunca o abandonarei!” (WND, v. 1, p. 281) Esta é a chave para manifestar o estado de Buda nesta vida e garantir uma condição de felicidade que dure por toda a eternidade. Diz uma passagem de Corra, Melos!: “Se for para eu cair aqui e agora, seria como se eu nunca tivesse feito nada”.4
Com minhas sinceras orações, transmiti as seguintes diretrizes às integrantes do grupo: “Corram, membros do Grupo Kayo, assim como Melos, sem nunca duvidar de seus companheiros nem da Soka Gakkai, e, acima de tudo, não duvidem do Gohonzon! Corram, membros da DFJ!” Uma vida baseada no juramento Seigan e na profunda gratidão é bela. Cada passo dado dessa forma é um passo na direção da vitória e da felicidade.