"A grandiosa Revolução Humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade."

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ѵıѵα!!! sєηsєy

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quinta-feira, 30 de junho de 2011



Seis animais e um pilar

Sakyamuni citou esta parábola em uma das suas pregações na região norte de Shravasti, na Índia antiga:
Um homem mantinha seis animais em sua casa: um cão, um pássaro, uma serpente, uma raposa, um sisuma (um espécie de crocodilo) e um macaco. Todos estavam fortemente presos em um pilar que era impossível escaparem.
Os seis animais representam os seis sentidos ou desejos — a visão, a audição, o olfato, o paladar, o tato e a consciência. Os desejos são necessidades insaciáveis por objetos. Os olhos procuram por belas cores, os ouvidos por vozes melodiosas, o nariz pelas melhores fragâncias, a lingua por deliciosos sabores, as mão por texturas agradáveis e a consciência pela auto-satisfação. Mesmo que um deles entre em competição com os demais para ser expulso, jamais será dominado por eles se estiverem fortemente presos ao pilar.
Sakyamuni enfatizou que não era preciso eliminar os desejos mas desenvolver e estabelecer um estado de vida elevado para não ser controlado por eles.
"Um único pilar" nesta parábola representa esse estado que nunca é abalado pelo desejo, da mesma forma que uma grande árvore não é abalada por uma tempestade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011


A fé e os benefícios do Daimoku

... Qual é a diferença entre os benefícios recebidos quando um sábio recita o Daimoku e quando nós o recitamos? Não existe diferença nos benefícios do Daimoku. O ouro é o mesmo, seja na mãos de um tolo ou de um sábio. Nem o fogo é diferente simplesmente porque é feito por um tolo ou um sábio. Contudo, existirá uma diferença se caso recitar o Daimoku opondo-se ao espírito do Sutra de Lótus.
(Resposta ao Lorde Matsuno, END, vol. I, págs. 374-375.)

O âmbar atrai poeira e o ímã atrai partículas de ferro; fazendo uma analogia, nosso carma é como a poeira ou o ferro, enquanto que o Daimoku do Sutra de Lótus é como o âmbar ou o ímã. Se considerarmos essas [analogias, compreenderemos porque] devemos recitar o Nam-myoho-rengue-kyo ininterruptamente.
(O Daimoku do Sutra de Lótus, END, vol. II, pág. 177. Edição Revisada.)

Determine extrair o grande poder da fé e recite o Nam-myoho-rengue-kyo com a convicção de que sua fé será firme e correta no momento de sua morte. Jamais busque nenhum outro caminho para herdar a suprema Lei da vida e da morte, mas manifeste-a em sua própria vida. Somente quando agir assim compreenderá que os desejos mundanos são iluminação e que os sofrimentos do nascimento e da morte são nirvana. Sem a herança da fé, mesmo o ato de abraçar o Sutra de Lótus será inútil.
(A Herança da Suprema Lei da Vida, END, vol. III, pág. 179. Edição Revisada.)

A senhora perguntou-me se uma pessoa pode atingir o estado de Buda simplesmente recitando o Nam-myoho-rengue-kyo. Esta é a questão última. É também o coração do sutra inteiro e a essência dos oito volumes. (...)
(Resposta a Myoho-ama, END, vol. I, págs. 392-393.)

O fundamental do Sutra de Lótus é o título de Nam-myoho-rengue-kyo. Se a senhora recita o Daimoku de manhã e à noite, está lendo o sutra inteiro. Recitar somente dois Daimoku é equivalente a ler o Sutra de Lótus duas vezes; cem Daimoku, cem vezes; mil Daimoku, mil vezes. Assim, se a senhora continuamente recita o Daimoku, está lendo o Sutra de Lótus incessantemente.
(Resposta a Myoho-ama, END, vol. I, págs. 392-393.)

Não importando o que venha a acontecer, mantenha sempre imperturbável a sua fé no Sutra de Lótus. Assim, no último momento da vida, o senhor será recebido por mil Budas que o levarão rapidamente ao paraíso no Pico da Águia onde experimentará a verdadeira felicidade da Lei. O senhor não deverá reprovar-me caso a sua fé enfraqueça e não atinja a iluminação nesta existência. Se o fizer, o senhor será como o paciente que recusa o remédio que o médico lhe receitou e em seu lugar toma o remédio errado. Jamais lhe ocorrerá que a culpa é sua, e ele culpará o médico por não se curar. A fé neste sutra significa que o senhor certamente atingirá o estado de Buda se for fiel à totalidade do Sutra de Lótus, seguindo exatamente os seus ensinos, sem acrescentar nenhuma de suas próprias idéias ou seguir interpretações arbitrárias dos outros.
(Carta a Niike, END, vol. I, pág. 285.)

Uma família em sintonia

Entrevista: Jeni Sanomiya Ikeda, consultora da Divisão Feminina da BSGI

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), nas duas últimas décadas houve uma queda substancial do tamanho da família.
Atualmente, percebe-se que vem aumentando o número de famílias, por exemplo: mulheres sem cônjuge e com filhos; mulheres com cônjuge que assumiram o papel de  “chefes de família”. Ou seja, em muitos lares, a mulher se tornou referência.
No entanto, apesar das mudanças pelas quais a sociedade vem passando, ainda há a predominância do padrão histórico de família, ou seja, casal com filhos.
Independente da formação de sua família o presidente Ikeda diz:“Avançar em harmonia com os nossos familiares. Nós divulgamos os ideais do mestre para a sociedade, mas e no lar? Inspiro todos com minha postura, mostrando a força da prática da fé? Por mais que estejamos atarefadas, não devemos nos esquecer de dar atenção à família. Agir com bom senso faz parte da prática budista e é também o caminho para a conquista da harmonia familiar”. (BS, nºs 2.017, pág. A7, de 1º de janeiro de 2010)
“EU, Mulher”, no mês em que comemoramos o aniversário de casamento de Daisaku e Kaneko Ikeda, traz uma reportagem com Jeni Ikeda,  que comenta, por meio de suas experiências, o papel da mulher no âmbito familiar.
Vamos à entrevista:


Eu, Mulher!: Poderia apresentar a sua família?

Jeni Ikeda: Sou casada há 31 anos com o Ricardo e temos três filhos: Renata, Fábio e Koji. Iniciei minha prática aos 12 anos e meu marido, aos 11 anos.

EM: Então você e seu marido atuaram na Divisão dos Jovens. De que forma a dedicação desta época contribuiu na construção de sua família?

JI: Atuamos ativamente na Divisão dos Jovens. Pertenci ao grupo cerejeira e meu marido, ao gajokai. Criamos um forte alicerce com base nos treinamentos que recebemos, isso foi de suma importância no início do casamento, pois passamos por várias dificuldades, tais como problemas financeiros, e meus filhos acometidos por doenças gravíssimas.
Superamos essas adversidades baseados no desafio de horas de Daimoku sem deixar de participar de nenhuma atividade. Hoje, tenho três filhos saudáveis, que atuam como líderes do Kossen-rufu e possuem o mestre no coração.

EM: Baseado em sua experiência, como as mães devem incentivar seus filhos na prática budista?   

JI: Nunca pressionei meus filhos para que praticassem. Meu marido e eu sempre oramos para que eles se tornassem grandes valores para o Kossen-rufu. Assim, naturalmente, eles nos acompanham nas atividades, realizam a sua prática diária e participam de grupos horizontais.
Sempre tivemos o cuidado com nossas atitudes, pois, sem perceber, lamentamos, reclamamos e não comprovamos os resultados da prática budista, e nossos filhos nos observam.A maior herança que podemos deixar para eles é a prática budista. Em quaisquer circunstâncias de suas vidas, eles vão se basear na estratégia do Sutra de Lótus e infalivelmente vencerão. Tenho em meu coração, que procuro viver em meu dia a dia, uma frase de sensei que diz:"Uma mãe invencível cria filhos invencíveis!"

EM: Como fazer do projeto Bloco Monarca um trampolim para o desenvolvimento da Família Monarca?

JI: O Bloco é formado por um pequeno número de famílias e membros e é considerado a organização de base. Portanto, o projeto Bloco Monarca visa criar um alicerce sólido, por meio do fortalecimento da prática budista de cada precioso companheiro, e consequentemente de cada família, para que se tornem monarcas da felicidade, do humanismo e da unicidade com o mestre.
Essa oportunidade está fazendo que todos se conscientizem da importância da forte união, da profunda oração e da realização de sua revolução humana.

EM: Como apoiar a Divisão dos Jovens no movimento que visa o chakubuku?

JI: Atuando com os jovens na realização de visitas, participando dos diálogos, esclarecendo as dúvidas dos convidados e apoiando efetivamente na concretização do chakubuku. De coração, quero parabenizar os jovens por resgatarem a paixão e a coragem na missão de concretizar o chakubuku e cumprir o juramento feito ao mestre. Esta determinação está contagiando as demais divisões. Estamos voltando ao ponto primordial do budismo que é a propagação.
O dia 3 de maio de 2009 foi muito especial e forte para a minha família, pois todos tiveram a oportunidade de participar da Convenção dos Jovens e juntos selamos o juramento ao mestre.
Ainda no ano passado a Renata e o Fabio concretizaram seus chakubukus. No início deste ano foi a minha vez e a de meu filho Koji. E para a nossa alegria, no dia 2 de maio a chakubuku de meu marido recebeu gohonzon! Conforme determinamos, nossa família concretizou o Seigan ao mestre!
Aplicando as palavras da Sra. Kaneko “minha decisão se resume em um único ponto: que a oração das mulheres abra os caminhos da grande vitória dos 80 anos de Fundação da Soka Gakkai” (mensagem de ano-novo, BS nº 2.018, pág. A2, de 9 de janeiro de 2010) hoje dedico minha vida a fazer daimoku de gratidão com o comprometimento de oferecer um exemplo de família para a sociedade a fim de ampliar nosso movimento pela paz e atingir infalivelmente os objetivos da BSGI: “Eu Monarca”, “Minha Família Monarca”,” Meu Bloco Monarca”.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Os Oito Ventos



Os Oito Ventos

O Gosho Os oito ventos
Este é um nome dado a uma famosa carta que o Buda Nitiren Daishonin escreveu para Shijo Kingo em 1277.
O conteúdo da carta
“Um homem verdadeiramente sábio não será arrebatado por nenhum dos oito ventos: prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. Ele não se inflama com a prosperidade nem se desespera com o declínio. Os deuses celestes seguramente protegerão aquele que não se curva diante dos oito ventos.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, v. III, p. 201–202.)
O que são os oito ventos?
Por meio de uma metáfora, Nitiren Daishonin fala sobre oito condições capazes de impedir as pessoas de avançar no caminho da iluminação.
Reforçando
Os oito ventos são: prosperidade, honra, elogio, prazer, declínio, desgraça, censura e sofrimento.
Por que ventos?
Nitiren Daishonin usa a metáfora com os ventos porque as mudanças climáticas eram constantes e abruptas em sua época. A aparente calmaria de um vento fresco num dia de calor pode ser acompanhada de ventos gelados e devastadores. Da mesma forma, as condições favoráveis ou desfavoráveis se manifestam constantemente como “ventos”.
Conduta correta é o caminho da iluminação
A conduta correta é agir de acordo com o princípio da Iluminação Universal que revela: Todas as pessoas são budas e dignas do mais supremo respeito. Conduta correta significa viver baseado no espírito da prática do Chakubuku, ou seja, é agir como um buda considerando todos como budas. Esse é o caminho da iluminação.
(1) A prosperidade
São todas as formas de lucros e ganhos. Representa a busca incessante pelo progresso material, profissional ou financeiro. A prosperidade torna-se negativa no momento em que cega a pessoa para uma vida de acordo com a “conduta correta”.
Exemplo da influência da prosperidade
No contexto da prática budista: “Voltarei a participar das atividades mais assiduamente depois de vencer profissionalmente” ou “minha vida está indo de vento em popa. Não preciso me esforçar tanto na prática”.
(2) Declínio
Significa enfraquecimento e perda. Desmotivadas pelas condições de vida desfavoráveis, as pessoas tendem a perder a energia e a coragem, desviando-se da conduta correta.
Exemplo da influência do declínio
No contexto da prática budista: “Puxa, tenho praticado tanto e minha condição nunca melhora! Como poderei fazer Chakubuku?” ou “Quando tiver melhores condições financeiras participarei mais assiduamente das atividades da Organização”.
(3) A honra
Sentimento que representa satisfação por conquistar a consideração daqueles ao redor. Porém, sua distorção leva à arrogância e ao autoritarismo, ou seja, a pessoa não vive de acordo com a conduta correta.
Exemplo da influência da honra
Exemplo desse tipo de conduta é pensar que já sabe o suficiente sobre a prática budista devido aos anos de prática, colocando-se acima de recém-convertidos.
(4) A desgraça
Condição de uma pessoa que perdeu a credibilidade e o respeito dos outros. Essa perda é provocada por dois tipos de situações. O primeiro tipo: a pessoa perde o respeito por falhas ou atitudes praticadas por ela mesma. Segundo tipo: intrigas e difamações de pessoas ao redor motivadas por inveja ou rancor.
Exemplo da influência da desgraça
No contexto da prática budista: “Como ninguém me respeita, vou me afastar da prática” ou “como estão me atacando vou atacar também”.
(5) O elogio
Enaltecimento expresso por meio de palavras ou gestos. Mas essas manifestações podem se tornar prejudiciais quando as pessoas passam a depender disso, condicionando seu avanço ou ação ao reconhecimento dos outros.
Exemplo da influência do elogio
No contexto da prática budista: Quando alguém não recebe elogio por seus esforços pode pensar assim: “Não vou mais me dedicar, pois as pessoas não reconhecem meu empenho”.
(6) A censura
Repreender ou insultar. Há pessoas que, ao ser repreendidas ou orientadas com rigorosidade, acabam desanimando ou se irritando com as outras, afastando-se delas e até da prática budista.
Exemplo da influência da censura
“Não gostei de ser repreendido. Não vou mais apoiar esta atividade”, ou “meus familiares que não praticam me criticam por participar das atividades. Não sei o que fazer”.
(7) O prazer
Qualquer tipo de atividade prazerosa que desvie a pessoa da conduta correta.
Exemplo da influência do prazer
“Agora vai passar aquele programa que eu gosto na televisão. Depois eu faço o Gongyo”, ou “hoje tem reunião na comunidade, mas o pessoal me convidou para jogar bola. Será que vou?”
(8) O sofrimento
Dor física e espiritual que nos leva a desanimar na prática budista e a ter pensamentos destrutivos.
Exemplo da influência do sofrimento
“Devido a um grave problema de doença em minha família no momento, não tenho condições de praticar”, ou “meus sofrimentos são tão grandes que o Budismo não irá solucioná-los”.
São ilusões
Os oito ventos são ilusões porque mudam constantemente. Não são critérios confiáveis devido à sua inconstância. Uma situação de sofrimento pode mudar rapidamente, assim como uma situação de prosperidade.
Não são referência
Importante é não usar os “oito ventos” como referência para nada. Eles são ilusões e não são confiáveis para ser a base de uma vida inteira. Uma vez tomados como referência, a consequência de cada mudança sempre será sofrimento.
Não caia na armadilha
Nunca use os “oito ventos” como referência de avaliação da fé de outra pessoa. Pelo fato de uma pessoa ser censurada ou enfrentar um grande sofrimento não significa que sua prática esteja errada. Por outro lado, se uma pessoa prospera não significa que sua prática esteja correta. Lembre-se, são ilusões, portanto, não são critérios de avaliação de uma fé sincera.
É comum eles soprarem
No decorrer da vida, é comum alguém ser afetado por fatores como declínio, censura ou sofrimento e, talvez, mais fácil ainda, pela prosperidade ou prazer.
A solução
A solução é elevar o estado de vida de forma que os “oito ventos”, que são condições externas, não influenciem a fé. Nitiren Daishonin ensina que a pessoa deve ser imperturbável diante das oscilações do cotidiano.
Conclusão
O presidente Ikeda conclui: “Se nos basearmos na natureza do Dharma, então, independentemente de sermos ou não elogiados ou censurados, podemos usar tudo como uma oportunidade para obter mais êxitos. Por outro lado, se somos dominados pela ignorância, então tudo isso se torna motivo para cairmos nos maus caminhos. O coração é o mais importante. Nitiren Daishonin escreve a Shijo Kingo: ‘Sofra o que tiver de sofrer. Desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida e continue orando Nam-myoho-rengue-kyo, não obstante o que aconteça’. Essas palavras possuem um grande significado. Tanto nos momentos de alegria como nos de tristeza, devemos recitar a Lei Mística e avançar ainda mais. Esse é o caminho de um mestre da vida. Se vivermos com esse espírito, poderemos dissipar todo sofrimento”.

Tsunessaburo Makiguti


Tsunessaburo Makiguti

Tsunessaburo Makiguti nasceu em 6 de junho de 1871, numa pequena vila na região noroeste do Japão. Com três anos de idade, foi abandonado primeiro pelo pai e depois pela mãe. Devido a isso, foi criado por seu tio, Zendayu Makiguti, de quem adotou o sobrenome. Sabe-se que de tempos em tempos sua mãe o visitava, até que um dia ela tentou o suicídio pulando com ele no Mar do Japão. Ambos foram resgatados, mas nunca mais voltaram a se encontrar. Com aproximadamente quinze anos, Makiguti mudou-se para Otaru, onde viveu com um outro tio.
Por ser extremamente pobre, não tinha como dar continuidade aos estudos. Foi trabalhando em uma delegacia de polícia que o jovem Makiguti conseguiu, com seu excelente desempenho no trabalho, impressionar o chefe de polícia, que o levou consigo quando se transferiu para Sapporo. Ali Makiguti teve a oportunidade de matricular-se numa escola normal como aluno do terceiro ano.
Em 1893, aos 22 anos, formou-se e aceitou o cargo de professor-supervisor em uma escola de ensino fundamental. Teve de se submeter a uma rígida disciplina, cuja finalidade era desenvolver educadores obedientes. Posteriormente, como professor, foi-lhe exigido ser um modelo em disciplina. Em 1901, devido a um incidente associado a uma aparente ruptura disciplinar, Makiguti foi forçado a abandonar seu cargo na escola.
Os anos seguintes foram caracterizados por sérias dificuldades financeiras para ele e sua família. No entanto, foi também um período de significativa prosperidade intelectual, que resultou na publicação de seu primeiro livro, Geografia da Vida Humana. Após ocupar vários cargos, entre eles um no Ministério da Educação, em 1913 tornou-se diretor da Escola de Ensino Fundamental Tossei, e nos vinte anos posteriores trabalhou como diretor e professor primário em outras escolas de Tóquio. Foi das observações anotadas e acumuladas durante esse período, refletindo seu pensamento e experiência, que teve origem a obra Educação para uma Vida Criativa, publicada por Dayle M. Bethel, pesquisador da vida e da filosofia educacional de Makiguti.
Makiguti e seus alunos da Escola de Ensino Fundamental Shirogane, em Tóquio.     Makiguti iniciou sua carreira como educador numa época de grandes debates sobre a direção do novo Japão, em que se discutia o papel social e a responsabilidade da educação. Os tradicionalistas e confucionistas de sua época sustentavam que a fidelidade e a obediência eram virtudes primárias que deveriam ser dogmatizadas nos indivíduos. Para a grande desilusão de Makiguti, os tradicionalistas, elevados por uma crescente onda de nacionalismo e militarização, triunfaram e dominaram o tratado educacional japonês até o final da Segunda Guerra Mundial.
Tsunessaburo Makiguti baseava sua filosofia educacional naquilo que chamava de “teoria da criação de valor”. O propósito da vida era a felicidade, que ele definia como sendo o estado em que a pessoa pode plenamente criar valor.
A vida e a obra de Makiguti permaneceram em oposição aos tradicionalistas, tanto no campo da educação como no da religião. “Para se reconstruir será necessário, em primeiro lugar, demolir”, dizia. Na área educacional, em que, por falta de credenciais acadêmicas respeitáveis, entre outras razões, ele sempre permaneceu como um intruso, atacou consistente e abertamente os privilégios e bradava por uma reforma do sistema escolar, de cima para baixo.
Por volta de 1920, conheceu Jossei Toda, também professor, com quem dividiu suas convicções e lutas, tornando-se inseparáveis como mestre e discípulo. Mais tarde, em 1928, um fato mudou irrevogavelmente a vida de ambos: eles foram apresentados ao Budismo de Nitiren Daishonin pelo diretor da Escola Comercial Mejiro. Ao se aprofundarem no estudo e na pesquisa do budismo, encontraram nele a expressão última da filosofia humanista de valor por eles defendida.
Após sua conversão ao budismo, Makiguti foi ainda mais cercado de controvérsias. Mesmo assim, convicto de suas idéias, fundou, em 18 de novembro de 1930, juntamente com Jossei Toda, a Soka Kyoiku Gakkai, literalmente Sociedade Educacional de Criação de Valores, a predecessora da atual Soka Gakkai. Nessa mesma data, publicou a obra Teoria do Sistema Educacional de Criação de Valores (Soka Kyoikugaku Taikei). Makiguti tornou-se o presidente da organização, e Toda, o diretor-geral — mais tarde o segundo presidente.
Crítico sempre franco dos professores e da burocracia educacional do Ministério da Educação japonês, de cuja política discordava freqüente e publicamente, não era de se surpreender que Makiguti encontrasse tão poucos aliados e muitos inimigos poderosos.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e com a entrada do Japão nesse conflito, todos os cidadãos foram obrigados a abraçar o xintoísmo que doutrinava o povo a devotarem a vida ao Imperador. Makiguti e Toda, como principais líderes da Soka Kyoiku Gakkai, começaram a sofrer crescente pressão do Estado xintoísta e, em 6 de julho de 1943, foram presos por sustentarem posições consideradas intransigentes, defendendo o antimilitarismo e, sobretudo, a liberdade religiosa.
Em 18 de novembro de 1944, após dezessete meses de confinamento, Makiguti faleceu aos 73 anos de idade devido à desnutrição e aos maus tratos na prisão. Seus ideais para a educação, a cultura e a paz foram legados a Jossei Toda que, libertado em 3 de julho de 1945, assumiu a tarefa de reconstrução da Soka Kyoiku Gakkai em meio aos escombros da guerra.
Com a dedicação de Toda, que mais tarde mudou o nome da organização para Soka Gakkai (Sociedade de Criação de Valores), juntamente com Daisaku Ikeda, que se tornou seu discípulo em 1947 e abraçou seus ideais e de Makiguti, a organização cresceu e as idéias do primeiro presidente vêm sendo difundidas de geração a geração em 190 países e territórios, agora como Soka Gakkai Internacional, sob a liderança de Iked