"A grandiosa Revolução Humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade."

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ode aos responsáveis de comunidade, vanguarda do Kossen-rufu

Ode aos responsáveis de comunidade, vanguarda do Kossen-rufu

Esta é a versão abreviada de um longo poema que o presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
dedicou aos responsáveis de comunidade das Divisões Sênior e Feminina,
com profundo respeito e gratidão.


Por Shin-iti Yamamoto

Sentimos
O mais profundo orgulho.

Pois estamos construindo
Uma deslumbrante fortaleza
De esperança e verdade,
Mais esplêndida
Que a de qualquer
Governante ou monarca.

Tenho um incomparável sentimento
De satisfação e plenitude.

Porque estamos vivendo
De acordo com a
Grande lei do Universo:
Uma lei que nem as mentes
Mais brilhantes
Conseguem elucidar.

E porque estamos trabalhando
Incansavelmente
Pela paz mundial
E pela felicidade da humanidade.

Aqueles que carecem
De uma meta que os direcione
São fáceis de influenciar,
Sem que nem percebam,
Perdem de vista a diferença
Entre o certo e o errado,
Entre o bem e o mal.

Consagrada a um nobre juramento,
Nossa vida sempre vibra
Com radiante alegria!

Pois estamos rodeados
Pelo amor e gratidão
De pessoas anônimas,
Sensíveis e trabalhadoras,
E elogiados
Pelo eterno louvor
Dos céus,
Muito mais sublime que a adulação
Que as celebridades desfrutam.

Ah! Como são nobres,
Vocês que trabalham
E se esforçam para conseguir
O objetivo do Kossen-rufu,
Fiéis ao desejo do Buda!

O Grande Mestre Dengyo
Louvou aqueles que buscam
O ensino correto
E praticam com coragem
As doutrinas verdadeiras
Como "tesouros da nação".
E eu também afirmo
Que aqueles que se empenham
Em um só lugar da terra
Podem iluminar
Uma região de mil milhas,
E que, por essa razão,
Também merecem ser aclamados
Como tesouros da nação.2

Isso é válido
Ainda hoje.
São vocês, sem sombra de dúvida,
Os mais sublimes
"tesouros da nação"
E são também
"tesouros da humanidade".

Dignos senhores
Responsáveis de comunidade,
Nobres líderes de comunidade
Da Divisão Feminina!
Como são belos e admiráveis,
Em seu afã para colocar em ação
Com toda a sinceridade
O comportamento do Buda!

A verdadeira felicidade
Não se encontra na riqueza
Nem no prestígio social;
Tampouco está
Na sedução superficial
Da popularidade ou da fama.

"O que importa é o coração!",3
Diz a verdade mais essencial
do budismo.
Este é um princípio fundamental
Da vida e da existência humana.

Nitiren Daishonin declarou
Com carinho e rigorosidade
A um discípulo valoroso
Que se esforçava na província
de Suruga:4
"Confio-lhe a propagação
Do budismo em sua província."5

Ele não confiou
Em um sacerdote,
Mas sim num praticante leigo.
Não confiou em alguém
Poderoso e distante,
Mas em um homem
De correto caráter
Que morava na vizinhança.

Vocês,
Responsáveis de comunidade,
Estão sempre empreendendo
esta missão
Que Daishonin estabeleceu;
Por isso, seu papel é essencial.
Suas ações são as ações
Dos budas,
Dignas de elogios
sem nenhuma reserva.

Todos vocês
São Bodhisattvas da Terra;
A vocês
Foi confiada
"sua província"
Ou, em termos atuais,
"sua comunidade"
Diretamente pelo Buda
dos Últimos Dias.

Daishonin também diz:
"Nesta época impura,
Encontrem-se sempre para dialogar
E nunca deixem de orar
[para atingir o estado de Buda]."6

Com uma rigorosa benevolência
Garante que quanto mais tumultuada
E caótica for a época,
Mais importante será
Que seus discípulos se encontrem
Para cultivar o diálogo.

Incentivem uns aos outros,
Ele nos pede,
E triunfem juntos
Conquistando o estado de Buda
Nesta existência,
E juntos tornando realidade
A vitória do Kossen-rufu!

Esta é a essência
Da harmoniosa comunidade de praticantes:
Muitas pessoas diferentes,
Com um único propósito
Assim declarou Daishonin
Com solenes palavras
Destinadas à posteridade.

Nossa fortaleza Soka
Incorpora perfeitamente
Este ensino primordial do budismo:
É uma fortaleza
Onde nossas amadas
Líderes de comunidade
E nossos confiáveis
Responsáveis de comunidade
Brilham mostrando o rumo
Como se fossem potentes faróis.

Goethe,
O grande poeta alemão
Que prestou uma excelente
E vibrante contribuição
À época tumultuada em que vivia, disse:
"Mantenha-se firme
No local onde está:
Esta é uma máxima
Hoje mais necessária que nunca."7

Sempre, desde que era jovem,
Guardei comigo essas palavras
como um tesouro.
Quando as compartilhei
com meu mestre
Jossei Toda,
Ele disse que muito tinham
em comum
Com o espírito do budismo.

O mestre Toda dizia:
"Vivemos em época de conflito,
Quando a inércia equivale à morte.
Os que constroem
Sólidas bases
Conseguirão triunfar.
Os que fortalecerem
Cada localidade
Serão vencedores.
Esta é uma regra imutável;
É uma lei invariável
De sobrevivência.

E também afirmava:
"Sem esforços tenazes,
Não se consegue conquistar
nada de grandioso.
Sem firmes esforços,
Não se consegue edificar
Uma fortaleza inexpugnável."

Eu, então,
Era apenas um jovem,
Mas concordei totalmente
E gravei suas palavras no coração.

Dia após dia,
Faça sol ou faça chuva,
Vocês cumprem fielmente
As tarefas cotidianas
Mas de absoluta importância,
As quais constituem sua missão.

Embora ninguém perceba
seu empenho,
Ainda que as pessoas
Recompensem vocês com críticas
e insultos,
E mesmo que nunca recebam
Palavras de elogio,
Continuem irradiando esperança
E avançando com vigor,
Dando um passo de cada vez,
Impulsionando ativamente
Nosso movimento
Em prol do Kossen-rufu
Assim como Daishonin ensinou.

As inumeráveis forças protetoras
Do cosmos
Cuidarão de vocês
Sem falta.
Os budas e bodhisattvas
Do passado, presente e futuro,
E das dez direções,
Irão louvá-los.
É o que Daishonin
Com toda a certeza nos garantiu.

Nesta época maligna,
Contaminada pelas cinco impurezas,8
E que chamamos de Últimos Dias
da Lei,
Estamos todos
Lutando e praticando
Da forma correta,
Fiéis às palavras do Buda.

Não são os outros...
Não são os bonzos
Nem os escravos
Do prestígio e da aclamação:
São vocês,
Ninguém menos que vocês!

Vocês estão dando
o exemplo perfeito
Do sublime princípio budista
Que assegura que a fé
Se manifesta na prática.

Estão seguindo
Sem errar
Pelo mesmo caminho da Lei
Percorrido pelo Buda.

Os benefícios da fé
Nada têm a ver
Com o cargo que a pessoa ocupa
Na organização.

Os benefícios
Irão se manifestar com clareza
Naqueles que se esforçam na fé
De maneira firme e correta
Honesta e corajosa,
De acordo com os ensinos do Buda.

•••

O budismo nos ensina
De modo solene
Como viver corretamente
A vida como seres humanos.
Revela-nos plenamente
O rumo correto
E, de fato,
Expõe a lei da
Existência humana.

Jamais devemos nos afastar
Desse caminho
Nem perder de vista
A qualidade humana primordial
Que é reconhecer e pagar
As dívidas de gratidão.

•••

O povo
Precisa ser sábio,
Necessita de coragem
Para se aliar em prol do bem,
E eliminar
A corrupção e a injustiça.

"Como a Lei é maravilhosa,
A pessoa é digna de respeito;
E já que a pessoa é digna de respeito,
A terra é sagrada."9

O clero,
Perdido em sua ilusão,
Arrogante em seu autoritarismo,
Tentou desmembrar
E destruir a Soka Gakkai,
A organização que está
Propagando a Lei
Em todo o país.

Os sacerdotes
Exploraram o budismo
Com finalidades impuras;
Converteram-se
Em vis demônios
Que devoram a Lei,
Ávidos por dinheiro,
Controlados por seu estado de Inferno.

Em todas as épocas,
Nossos líderes de comunidade
São a grande inspiração
E o eterno ponto de partida
De todas as nossas vitórias
Pelo Kossen-rufu.
Nossas calorosas
E cordiais comunidades
São formadas por famílias
Sempre vitoriosas
Que contribuem
De forma admirável
Com sua comunidade.

José Martí,
O herói da independência cubana,
Enfatizou a importância fundamental
De estar totalmente familiarizado
Com a própria área
De responsabilidade.10

Devemos enfocar
Cada área
Com sinceridade e esmero.
A vitória será impossível
Se nos esquecermos desse ponto primordial.

Meu longo encontro
E o diálogo que tive
Com o presidente cubano
Fidel Castro
Continuam vivos em minha memória.

Hoje em Cuba
- muito me alegra dizer -
Nasceu uma nova comunidade
Dedicada a promover a paz,
A educação e a cultura
Com base no Budismo de
Nitiren Daishonin.

David Rossi,
O herói de A Cidade Eterna,
Romance que estudei com meu mestre Toda,
Defendia a criação
De uma "República do Homem,
Hoje aqui, amanhã ali".11

Esforçarmo-nos pelo crescimento
Positivo e constante
De nossas comunidades
Da Soka Gakkai
É o caminho mais seguro para transformar
A atribulada história
Da civilização humana.

Eu também,
Em minha juventude,
Lutei com afinco
Como líder de comunidade
Da Divisão Sênior;
Minha esposa também foi
Uma esforçada e sincera
Responsável de comunidade
Da Divisão Feminina.

Aquele ensolarado 3 de maio
de 1951,
Depois de ter superado
Todos os obstáculos
Na luta compartilhada
De mestre e discípulo,
Por fim o Sr. Toda
Assumiu a liderança
Da Soka Gakkai
Como segundo presidente.

Naquele momento,
Eu, seu discípulo,
Fui nomeado líder
Da Comunidade Omori,
No Distrito Kamata,
Onde ficava minha residência.

Jurei concretizar
O sonho acalentado pelo Sr. Toda:
As setecentas e cinqüenta mil
Famílias da Soka Gakkai.
Assim, enquanto me dedicava
de corpo e alma
Trabalhando em sua empresa,
Lancei uma nova corrente
Em prol do Kossen-rufu
Desde as fileiras de minha comunidade,
Tornando minha a determinação
De meu mestre.

Tinha a total decisão
De ser um responsável
de comunidade
Diretamente unido ao meu mestre.

Quando jovem,
Escrevi em meu diário:
"Sensei... farei com que nossa comunidade
Avance sem falta."12
"Não deixo de pensar
Na Comunidade Omori.
Orarei ao Gohonzon
Para que seja
Uma organização perfeita."13
"Nossa comunidade
Também deve se empenhar
Com mais decisão.
Aconteça o que acontecer,
Devo me esforçar,
Devo ser o responsável..."14

Dia após dia,
Comecei a criar uma nova história
De inesquecíveis batalhas
Em nossa comunidade
Para tornar o Kossen-rufu uma realidade.

Sempre soube
Que a comunidade
Era o elo mais fundamental
De toda a Soka Gakkai.

A comunidade
É a base
De toda a organização.
Sempre fui ciente
De que a comunidade,
Por trás de seu aspecto
Simples e cotidiano,
Era de uma importância suprema,
Que era o lugar
Que mais seriamente
Deveríamos apoiar e proteger.

O Sr. Toda também
Sabia disso muito bem.
Como mestre e discípulo,
Sempre estávamos em harmonia,
Estávamos sempre
Em profunda união.

No Registro dos Ensinos Orais
Daishonin analisa o termo
"Rugido do leão".
Em chinês, "leão" se escreve
Com dois caracteres:
Um significa "mestre";
O outro quer dizer "filho".
Juntos, indicam a Lei Mística
Tal como o mestre a transmite
E da forma como
os sucessores a recebem.
Assim, o "rugido do leão"
É o som do mestre
E de seus discípulos
Quando com uma só voz
Recitam a Lei Mística.15

Alguns altos dirigentes
Desprezavam com arrogância
A posição
De responsável de comunidade.
Quando ficava sabendo disso,
O Sr. Toda se enfurecia:
"Por acaso
nossas comunidades não são
O núcleo essencial
Que com mais afinco trabalha
Para apoiar a Soka Gakkai?!"

Tanto o Sr. Toda como eu
Reconhecíamos de todo coração
E costumávamos comentar
Que as comunidades,
Os pilares invisíveis
E pouco reconhecidos
Da Soka Gakkai,
Eram as que enfrentavam
Desafios maiores
Que qualquer outro
Nível da organização.

As comunidades são
As vértebras
De nosso corpo.
São a base primordial
Que sustenta
A incessante sobrevivência,
A atividade que não pára,
O triunfo que não acaba.

Minha esposa
Que era responsável de bloco
em Meguro
- o que equivale atualmente
A responsável de comunidade -
Dedicou-se às atividades da Soka Gakkai
De corpo e alma,
Levando consigo
Nossos três filhos pequenos:
Dois pela mão,
E o terceiro, carregava nas costas.
Esse é uma de nossas eternas
E indeléveis recordações
"de nossa existência
Neste mundo humano".16

Nunca dei atenção
Às pessoas que,
Por serem líderes,
Ficavam se exibindo
Cheias de orgulho
E de arrogância.
Continuei vivendo minha vida;
Lutei incansavelmente e venci
Adotando como se fosse meu
O coração de meu mestre Toda.

Quando os líderes
São tirânicos e autoritários,
Apenas expressam
Sua falta de fé.
Pois o amor benevolente
E a preocupação com os outros
São o coração do budismo.
Os líderes devem atuar
De tal forma
Que mereçam a confiança
Dos membros
E que eles possam recorrer
A sua orientação
Com total tranqüilidade.

Um responsável jamais
Deve repreender
nem intimidar os outros,
Nem adotar uma atitude
Soberba nem desagradável.
Esses líderes com certeza atrairão
Os efeitos negativos
De sua própria forma de agir.

Na longa história de
nossa organização,
Os responsáveis
arrogantes e soberbos
Acabaram se afastando
da Soka Gakkai;
Tiveram que passar por
Um sofrimento infernal
E, por fim,
Arrependeram-se de suas atitudes,
Tentando pateticamente
Seguir nossos passos.

Ainda hoje
Corre por minhas veias
O espírito de luta corajosa
De um responsável de comunidade.
E a todo momento
Continua a palpitar
No coração de minha esposa
O espírito dedicado
De uma responsável de comunidade.

Eu e minha esposa
Seremos para sempre
Inseparáveis
Dos esforçados responsáveis
De nossas comunidades,
O centro motriz da Soka Gakkai.
Esta é nossa maior honra
E nosso supremo orgulho na vida.

Durante a Segunda Guerra Mundial,
Meus quatro irmãos mais velhos
Foram recrutados
E enviados para a China
E o Sudeste Asiático
Para participar do combate.

Meu irmão mais velho
Foi destinado a Burma,17
Onde morreu em combate.
Ele tinha apenas
Vinte e nove anos.

Quando a guerra acabou,
Os soldados que estavam no Japão
Com seus pesados fardos nas costas,
Correram diretamente
De volta para seus lares.

Mas ainda passou
Mais de um ano, quase dois
Até que meus três irmãos
Cruzassem o mar,
Depois de terem conseguido por pouco se salvar,
E voltarem sãos e salvos para casa.

Da perspectiva
Da miséria e da angústia da guerra,
Como é importante a presença
Dos anônimos membros
da Soka Gakkai,
Que acalentam um sincero
desejo de paz
E assumem a responsabilidade
De tornar essa meta uma realidade!
Não saber valorizá-los
Evidencia um grau alarmante
De arrogância.

Os sinceros membros da Soka Gakkai
São realmente nobres e preciosos.
Os líderes que menosprezam
Ou que agem
com arrogância com eles
São impostores vulgares
Que ocupam seu cargo
Sob falsos pretextos;
Eles refletem a atitude
Dos piores e mais baixos
"Usurpadores da Lei".

O filósofo inglês
John Stuart Mill
Expôs com toda clareza:
"É a conduta
E tão somente a conduta
Que torna a pessoa digna de respeito:
O que dá aos homens o direito
De ser tratado com deferência
Por aquilo que são,
E não pelo que fazem."18

Sua vida,
Sua fé,
A força de sua prática,
Nada têm a ver
Com o cargo que têm
Na organização.
Não há nada mais forte
Nem mais nobre
Que a integridade
Daqueles que se esforçam
Na linha de frente
Da Soka Gakkai.

Nesse aspecto é que resplandece
A realidade
Pela conquista do estado de Buda.
Não há lugar na Soka Gakkai,
E tampouco no mundo do budismo,
Para aqueles que agem
Com uma atitude burocrática
E altiva.

Kwame Nkrumah,
Primeiro presidente de Gana
E líder de seus compatriotas
Na luta pela independência
Valorizava acima de tudo
"A capacidade de se
Comunicar com o povo".19

•••

Sempre criei
Um turbilhão do Kossen-rufu
Impossível de deter
Tomando a comunidade
Como ponto de partida.

Assim foi
Na Campanha de Fevereiro;
O mesmo ocorreu
Na luta do Distrito Kamata.
Trabalhei duro
Em prol do Kossen-rufu,
Não apenas nas comunidades
Da região de Ota,
Mas também nas
vigorosas comunidades
De Kawasaki, do outro lado
do rio Tama.
E explanei o Gosho
Na Comunidade Kawagoe,
Parte do Distrito Shiki,
Na Província de Saitama,
Colocando sempre em marcha
Uma nova onda de progresso.

Fui na comunidade o catalisador
De extraordinários avanços
Que conquistamos no
Distrito Bunkyo.
E esta mesma fórmula foi aplicada
Em nossos sucessos retumbantes
Em locais como Sapporo, Hokkaido
E em Yamaguti, na Região de Tyugoku.

A comunidade é o ponto de partida.
A comunidade é a força motriz.
A comunidade é a fortaleza central.
A comunidade é uma usina
de energia.
A comunidade é a linha vital.
A comunidade é o ponto decisivo.

E foi na primeira reunião
De líderes de comunidade
Em 1956
Que comecei a executar
Nossa grande campanha de Kansai.

Brandindo no peito
A solicitação de Daishonin
De orar "com o fervor
Daquele que procura atear fogo
Na lenha úmida
Ou tirar água da terra ressequida",20
Eu e os membros de Kansai
Recitamos Daimoku na sede
Dessa comunidade
E diante do Gohonzon, onde se lê:
"Para a prosperidade da Grande Lei
E a concretização de todas as orações."
Todos nos unimos
Nessa nova partida,
Decididos a empregar
"A estratégia do Sutra de Lótus
Acima de qualquer outra",21

Em meio ao nosso desafio
De concretizar o áureo objetivo
De concretizar em um mês
As 11.111 conversões
de novas famílias,
Uma comunidade realizou
Uma reunião de partida
Da qual participaram três mil membros
Em Osaka,
No Centro Cívico de Nakanoshima.

O responsável da comunidade
Proclamou:
"O leão adormecido acordou!"
Em resposta a esse espírito corajoso,
Eu declarei:
"Na união dos leões
Está a maior força de todas."

As comunidades Soka
São conclaves de leões,
Fortalezas de leões,
Unidas numa causa comum.
Portanto, sua missão é
Trabalhar, esforçar-se
Dialogar e vencer
Com a bravura dos leões.

Em uma carta enviada
Para a monja leiga Senniti,
Que se esforçava
com toda sinceridade
Na linha de frente do Kossen-rufu
Enquanto apoiava
Seus companheiros de fé,
Daishonin diz que
Quando o rei leão ruge
Seus cem filhotes se encorajam
E fazem com que a cabeça das feras
E das aves de rapina que os atacam
Parta em sete pedaços.22

As vozes otimistas
De nossos líderes de comunidade
Possuem uma ressonância invencível
Que abre a rota da vitória
Em nossa luta pela verdade.

Vocês,
Responsáveis de comunidade,
Avançaram com coragem
E se lançaram nas tormentas
Mais furiosas
Perseverando até triunfar.
Protegeram totalmente
A fortaleza da Soka Gakkai,
Herdeira do desejo do Buda,
Dos insidiosos
"Vermes na barriga do leão".23

Mesmo quando transferem
Seu cargo a novos sucessores,
A gloriosa história
Que conquistaram
Durante seu trabalho
Como líderes das comunidades
Brilhará eternamente
Como uma cintilante medalha de honra,
Que enfeitará
Não apenas sua própria existência
Como também
a de seus descendentes
Por toda a eternidade.

O budismo não é uma teoria abstrata.
O princípio de transformar cada lugar
Em uma terra do Buda
Encontra-se em seu decidido esforço
Para melhorar suas comunidades
de forma positiva.
O princípio de converter
O veneno em remédio
Encontra-se no sincero incentivo
Que oferecem aos que estão sofrendo,
Inspirados em seu desejo
De levar a felicidade.

O Sr. Toda dizia:
"Pensar qual é a melhor forma
De propagar a Lei
E de ajudar seus semelhantes
A serem felizes...
Analisar muito
Pelo bem da Lei
Com base no ensino
Correto do budismo,
Pensando no Kossen-rufu
E no bem-estar dos demais...
Não podem haver aspirações
Mais esplêndidas que essas
Para ocupar nossa mente.
Todas são preocupações
Próprias dos budas,
Que procuram conduzir todos
Para a iluminação."

Vocês são admiráveis
Líderes humanistas,
Que estimam cada ser humano
E cada dia, uma vez mais,
Voltam a atuar
Com esmero e consideração
Para o progresso
De nosso movimento.

Nossa sinceridade
E nosso honesto amor pelas pessoas,
Nosso desejo de felicidade
E nossa fé
Em seu potencial
São o que inspiram
As pessoas a agir.
Isso é budismo...

"O que significa o profundo respeito
Que o Bodhisattva Jamais Desprezar
Sentia por todas as pessoas?
O propósito pelo qual
O Buda Sakyamuni
nasceu neste mundo,
O senhor dos ensinos,
Está em sua postura
Como ser humano."24

Vocês,
Os responsáveis de comunidade,
São aqueles que colocam em prática
A essência deste ensino.

Sem dar ouvidos
Às opiniões
Dos sabichões,
Sem me deixar abater
Pela irresponsável indiferença
Dos outros,
Vou com toda pressa
Ao local onde mais precisam de mim,
Lançando-me inteiro
Na luta mais feroz
E lutando
Com alegria e coragem.

Para transformar
O ciclo negativo
De pessoas anônimas
Que sofrem pelo destino,
Para transformar
A história das pessoas
Oprimidas pelo jugo do autoritarismo,
Hasteiem bem alto
O triunfante estandarte do Kossen-rufu,
Aconteça o que acontecer,
No lugar que escolheram
Para cumprir sua missão
Desde o eterno passado!

O Sr. Toda declarou:
"A Soka Gakkai
É uma organização
Do mais elevado bem.
Portanto, devemos vencer
Sem falta.
Quero que vocês triunfem.
Quero que vocês vivam
Uma vida de glória e vitória eternas."

Nosso movimento
em prol do Kossen-rufu,
Não apenas no Japão,
Mas em todo o mundo,
Está avançando com todo dinamismo,
Centrado nos esforços
De nossos líderes de comunidade.
Em todos os países,
Os líderes de comunidade
Estão na vanguarda
E abrem o caminho.

Uma responsável de comunidade
na África
Foi vice-ministra
Do governo.
Outra foi embaixatriz
De seu país
Nas Nações Unidas.
E uma outra nos Estados Unidos
Foi presidente
De uma associação nacional
De hospitais públicos.
E também nos Estados Unidos,
Um famoso músico de jazz
E um antigo astro dos esportes
São ativos responsáveis
de comunidade.

A comunidade
É um oásis de igualdade e amizade.
É um mundo
Sem ares de pretensão.
O budismo ensina a dignidade
Inata de nossa vida -
"Inerente, sem adornos,
Simplesmente como é
em sua origem."25

O filósofo francês Montaigne observou
Que os indivíduos
de espírito grandioso
São tranqüilos e acessíveis,
O que é mais honrado
E apropriado.26

Verdadeiramente nobres são aqueles
Que mantêm a naturalidade
e a sinceridade,
Compartilhando a felicidade
e a tristeza
E também a alegria da vitória,
Com as pessoas honestas, realistas
E comuns.

No capítulo "Meios"
Do Sutra de Lótus
Que recitamos
todas as manhãs e noites,
Consta a frase ekka shushin,
Que significa "capaz de deleitar
Os corações da assembléia".27
Quando deixarem o coração de todos
Cheio de satisfação,
Derem esperança
Ao seu espírito,
E instilar-lhes
Vitalidade e entusiasmo,
O impulso de nosso movimento
Dedicado ao mais elevado bem
Crescerá e se multiplicará.

O microbiologista René Dubos,
Com quem dialoguei
Por sugestão
do Dr. Arnold J. Toynbee, disse:
"O otimismo e a alegria
São verdadeiras virtudes sociais...
A melhor garantia
contra as situações ruins
É levar a vida com um sorriso."28

Os sorrisos dos membros
Da Divisão Feminina
E da Divisão Feminina de Jovens
São tão importantes,
Tão magníficos.

Devem ser dispensados às mulheres
O mais alto louvor e respeito;
Não agir assim atrapalha o Kossen-rufu
E viola o espírito do budismo.

E as vozes radiantes
Elevadas na canção
Dos jovens e dos
Membros da Divisão do Futuro
São também muito importantes.
Como é inspirador esse som!

Devemos treinar nossos jovens
Com o mais elevado respeito;
Se não agirmos assim impediremos
A eterna perpetuação da Lei
E acabaremos interrompendo o fluxo
Do ensino correto do budismo.

O capítulo "Parábola
da Cidade Imaginária"
Do Sutra de Lótus declara que
Como o Buda estava para
atingir a iluminação,
Caíram flores dos céus,
E um vento fragrante soprava
de vez em quando
Afastando os botões murchos,
Onde outros iriam cair.29

O mundo Soka
Está sempre perfumado com as brisas
Da eternidade, felicidade,
verdadeira identidade e pureza,
Que dispersam toda apatia
e estagnação
E promovem o desabrochar
De vibrantes flores
De felicidade, talento criativo e vitória.

Não importa
Quantas pessoas
Participem
da reunião da comunidade.
Não precisam ficar tristes
Se poucos participarem.

Se conseguirem formar um forte laço
De comprometimento
profundo e compartilhado
Mesmo que seja com um ou dois membros presentes,
É o mesmo que se centenas
Ou milhares tivessem participado.

Se não dão importância
ao nível de comunidade,
Estão deixando de lado
o ponto mais básico
E de maior importância.
Somente quando fizerem
Da comunidade sua base
É que conseguirão partir
Para um mundo
De ilimitadas possibilidades.

Pensadores do mundo todo
Que participaram
De nossas reuniões de palestra
Agradáveis e cheias de vida,
Todos eles expressaram
Sua sincera admiração.

A estudiosa da paz
Dra. Elise Boulding,
Que se dedica a
Edificar uma cultura de paz,
Fez altos elogios
Às atividades das mulheres Soka
As quais contribuem
para suas comunidades,
Dizendo: "Sempre acreditei
Que um mundo saudável e pacífico
É possível se devotarmos
todos os esforços
Ao desenvolvimento de cada membro
Da comunidade."30

Vocês são faróis de esperança
Rompendo
A penetrante escuridão de nossa época
E iluminando sua comunidade.

O sociólogo da religião
Dr. Bryan Wilson,
Com quem publiquei um diálogo,
Citou os atributos positivos da SGI como:
Liberação da autoridade clerical,
Ideais firmemente arraigados
na vida diária,
Uma prática dedicada à felicidade
De si e dos outros,
E a afirmação do benefício
Na presente exitência.

Ele também observou que
Os membros que moram
na mesma comunidade
Incentivam e apóiam uns aos outros
Por meio de encontros como
As reuniões de palestra,
E que a SGI é aberta para a sociedade
Em vez de ficar fechada
Em sua concha religiosa.

Nossas comunidades
Estão criando e apresentando
Um modelo vanguardista e inspirador
De comunidades do século XXI
Para o mundo.

Todos nós somos seres humanos;
Ninguém é superior aos demais,
Nem deveria ser.
Nossas comunidades
São locais de esperança
Onde as pessoas conseguem brilhar
Com a verdadeira dignidade humana
E felicidade.

As alegres ressonâncias
De nossas comunidades
Estão se propagando
Com força e profundidade
Das comunidades locais
Para a comunidade global,
Dos vizinhos e amigos
Para os grandes intelectuais do mundo.

Mahatma Gandhi
manteve a esperança
De que o espírito
de servir aos vizinhos
"Iria se propagar assim como a proverbial bola de neve
Reunindo força
em progressão geométrica,
E envolvendo toda a Terra."31

As comunidades
São famílias de grande coração.
As comunidades
São a própria sociedade.
As comunidades
São locais de solidariedade humana,
Onde os amigos e vizinhos
Podem também
se encontrar com liberdade
E sem reservas,
Compartilhando o diálogo
E nosso círculo de apoio mútuo.

Quando as comunidades
Avançam com vigor e triunfam,
A própria sociedade ao redor
Fica também animada,
Desfrutando crescimento e prosperidade inesgotáveis.

Espero que vocês,
Nossos líderes
das Divisões Sênior e Feminina
De comunidade -
Lidando com as pressões
que vêm de cima
E com as exigências que vêm debaixo
E se esforçando com convicção
Para difundir a compreensão
Por nosso movimento na sociedade -
Orgulhem-se do fato
De que também estão realizando
O mais importante empreendimento
De sua própria revolução humana.

Os desafios são realmente muitos,
Mas, por favor, tenham a convicção
De que cada dia dedicado
A uma mudança positiva
Está conduzindo vocês na direção
De felicidade e glória maravilhosas
Que adornarão sua vida eternamente.

Por favor, orgulhem-se
pelo fato de que
Sua fé profunda e perseverante
Irá se tornar
uma eterna fonte de vitória
Pelas três existências.

Gostaria que
todos os nossos os membros
Em todas as partes
de nossa organização
Se unissem com o mesmo juramento
De que ninguém
Que nunca tenha empreendido
As batalhas e desafios
De líder de comunidade
Da Divisão Sênior ou Feminina
Jamais seja nomeado no futuro
Como alto dirigente do Kossen-rufu.

Líderes comuns e esforçados
Das pessoas,
Não líderes presunçosos
E insignificantes!
Líderes que vivem
E se empenham ao máximo
Entre as pessoas!

Esses são
Os genuínos líderes da fé.
São nossos responsáveis
De comunidade
das Divisões Sênior e Feminina,
E também nossos responsáveis
De distrito
Das Divisões Sênior e Feminina,
Que apóiam nossa organização.

Se, como altos dirigentes,
Não valorizarem e não respeitarem
Esses líderes que lutam
na linha de frente,
Não são verdadeiros
líderes da Soka Gakkai
Dedicados ao Kossen-rufu.

Quero que todos
Se lembrem desse ponto essencial.
Este é o espírito
Do primeiro presidente da Soka Gakkai,
Tsunessaburo Makiguti
E a visão rigorosa
Do segundo presidente da Soka Gakkai,
Jossei Toda.

Agora é o momento
Para todos os líderes
Acompanharem as comunidades,
Aprenderem com elas,
Ouvirem as comunidades,
Unirem-se em ação
Junto com as comunidades,
E promover uma onda de vitória
Das comunidades!

Falar com presunção
E orientar
Um grande número de membros
Em reuniões maiores
Não é o que interessa.
Isso é apenas representação.

•••

O Sr. Toda delineou as chaves
Para o crescimento
de uma organização -
Primeiro,
"Avançar com a união de
'Muitos corpos com
um único pensamento'
E um belo companheirismo",
E segundo,
"Cada pessoa transbordando
Com o espírito da Soka Gakkai
E embasada no inabalável orgulho
E convicção
De ser membro da Soka Gakkai".

Vice-responsáveis de comunidade
Das Divisões Sênior e Feminina
Unidos!
Nobres vanguardistas e responsáveis
De bloco das Divisões
Sênior e Feminina!
Responsáveis de comunidade
das Divisões Masculina
e Feminina de Jovens,
Nossos brilhantes sucessores!
Lancem um novo avanço
Com magnífica união
A partir de sua comunidade!

Um dia antes de proferir
Meu segundo discurso
Na Universidade de Harvard,32
Eu e minha esposa visitamos
O local onde se realizavam
As atividades de comunidade,
Localizada próxima da casa
Onde nasceu o
Presidente John F. Kennedy.

Concedi a essa comunidade
De membros da SGI o nome de
"Comunidade Presidente".
Todos ficaram felizes.
Profundamente comovidos,
Eles aplaudiram
E aclamaram.

Vocês
Como os presidentes
Das repúblicas da humanidade,
Cada um no local que escolheram
Para cumprir sua missão.
Vocês são brilhantes maestros
Das orquestras sinfônicas da felicidade.

Vocês são os principais enviados
Da boa vizinhança.
São reitores
Da educação humanística.
São os brilhantes construtores
Da paz e da prosperidade
Por toda a terra
Embasados na Lei.

Hoje novamente,
Com toda disposição,
Por favor, tornem sua comunidade
Uma eterna fortaleza,
Entre as pessoas,
Junto com as pessoas,
Pelo bem das pessoas!

Nobres heróis do Kossen-rufu!
Monarcas do povo
Possuidores de profunda missão!
Cuidem da saúde!

Envoltos em imensurável benefício,
Cumpram o juramento
desta existência!
Com certeza, desfrutarão a proteção
Dos budas e das divindades celestiais.

Defensores do povo,
Magníficos e exaltados,
Que oram e propagam
A Lei Mística!
Como Daishonin
Deve estar contente!

Conquistem vitória após vitória
Em sua comunidade,
Propaguem o budismo
Com o máximo de sua capacidade
E desfrutem grandes benefícios.

Em 20 de fevereiro de 2007

Salão Mestre e Discípulo
Sede da Soka Gakkai

TRADUÇÃO DE HELIO RIBEIRO IN MEMORIAN DO GRANDE CLASSICO USA FOR AFRICA [WE ARE THE WORD]

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Michael JacksonEm 1985, Michael Jackson se uniu a Lionel Richie e Quincy Jones na missão de arrecadar fundos para a campanha USA for África. A idéia era gravar uma canção cujos lucros seriam revertidos para reduzir os índices de mortalidade pela fome no continente africano. Lionel compôs, no piano, a melodia. Michael escreveu a letra em um único dia. O resultado eles chamaram de "We Are The World". Para gravar a canção, Quincy Jones convidou 44 celebridades da música e televisão, incluindo Cyndi Lauper, Diana Ross, Ray Charles e Stevie Wonder. O projeto arrecadou 200 milhões de dólares para a luta contra a fome na Etiópia.
Michael ganhou dois Grammys por "We Are The World": "Canção do Ano" (com Lionel Richie) e "Gravação do Ano" (com Quincy Jones). A canção recebeu também outros dois prêmios na cerimônia.
Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson Five; começou logo depois uma carreira solo em 1971, permanecendo como membro do grupo. Apelidado nos anos seguintes de "King of Pop" ("Rei da música Popular"), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e History: Past, Present and Future – Book I (1995). Lançou-se em carreira solo no início da década de 1970, ainda pela Motown, gravadora responsável pelo sucesso do grupo formado por ele e os irmãos. Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido da história, Thriller. Morreu em 25/06/2009. fonte: Wikipédia
Esta musica é tão linda quanto o propósito de sua composição. Ouçam!

domingo, 29 de agosto de 2010

Depoimento de um filho adulto a seu pai

Bem vindo ao Memorial Hélio Ribeiro

Depoimento de um filho adulto a seu pai

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Presenteie seu pai com mensagens de Hélio Ribeiro, conheça nosso CD Especial para o Dia dos Pais Volume II

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

MATERIA DO MES DE AGOSTO

“Os três tipos de tesouro”

“Os três tipos de tesouro”

(Brasil Seikyo, edição nº 2045, 31/07/2010, página B1.)
“É raro nascer como ser humano. O número daqueles que são dotados com vida humana é tão pequeno quanto a quantidade de terra que podemos colocar sobre uma unha. Viver como ser humano é difícil — tão difícil quanto o orvalho permanecer sobre a grama. No entanto, é melhor viver um único dia com honra do que viver 120 anos e morrer na desgraça. Conduza sua vida de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiarão e dirão que Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo é diligente em servir a seu lorde, em servir ao budismo e em sua consideração pelas outras pessoas.”

RESUMO E CENÁRIO HISTÓRICO Sobre a carta

Nitiren Daishonin escreveu esta carta em Minobu, em setembro de 1277 e a endereçou a Shijo Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo Yorimoto, mais conhecido como Shijo Kingo, em Kamakura. O escrito é conhecido pelo título “Os Três Tipos de Tesouro” em função de uma célebre passagem em que Daishonin orienta sobre a importância do “tesouro do coração” em relação ao “tesouro do corpo” e ao “tesouro do cofre”. O “tesouro do cofre” que corresponde às riquezas materiais e o “tesouro do corpo” à saúde e às habilidades pessoais podem declinar com o passar do tempo, mas o “tesouro do coração” conquistado no interior da vida de cada um por meio da prática da fé nunca será destruído.
Por volta de 1274, Shijo Kingo havia iniciado seus esforços para converter seu lorde, Ema, aos ensinos de Daishonin. No entanto, lorde Ema não respondeu positivamente. Em vez disso, reduziu o tamanho das terras de Kingo e ameaçou enviá-lo à remota província de Etigo. Além disso, seus colegas espalharam falsos rumores sobre ele, e Kingo foi acusado de causar tumulto em um debate ocorrido em junho de 1277, durante o qual um sacerdote da Tendai, Ryuzo-bo, foi derrotado por Sammi-bo, discípulo de Daishonin.
Nesta carta, Daishonin alerta Shijo Kingo e ao mesmo tempo o instrui sobre a maneira correta de agir em meio às provações. Citando referências históricas do imperador Sushun e outros, Daishonin ensina a Kingo que, como budista, ele deveria conduzir a vida diária de maneira admirável e ter consideração pelos outros. Por essa razão, este escrito é conhecido também como “A História do Imperador Sushun”.

EXPLANAÇÃO O invencível Shijo Kingo

Shijo Kingo enfrentou todos os tipos de obstáculos, lutando com toda a força e venceu-os graças à fé, sem jamais ser derrotado. O Buda Nitiren Daishonin cuidou dele e dispensou-lhe total confiança. É muito conhecido por ter acompanhado Nitiren Daishonin durante a Perseguição de Tatsunokuti e arriscado a vida junto com seu mestre. Apesar de possuir esse espírito resoluto, Kingo possuía a natureza de irritar-se facilmente. Ao que tudo indica, devido a isso encontrava dificuldade para manter relações harmoniosas com as pessoas.
Devido à sua fé, Shijo Kingo atraiu críticas e a rivalidade de seus colegas, que o caluniavam perante o seu lorde, Ema. Além disso, bonzos maldosos e cheios de intrigas acusaram-no falsamente de crimes totalmente sem fundamento. Consequentemente, o lorde ficou insatisfeito com ele, confiscou suas terras e dispensou os servos. Para a época atual, isso seria equivalente a ser rebaixado ou até mesmo suspenso do trabalho.
Mesmo diante destas provações, Shijo Kingo manteve-se firme como um leal discípulo do seu mestre, Nitiren Daishonin, e seguindo suas constantes e minuciosas orientações, no final conquistou uma grande vitória. Mais tarde, quando o lorde Ema caiu doente, Shijo Kingo, empregando suas habilidades médicas, ajudou a curá-lo. O lorde ficou muito grato e, em 1278, devolveu as propriedades de Kingo e, mais tarde, concedeu-lhe ainda mais terras.
Shijo Kingo perseverou com uma firme e sincera fé, estando em total acordo com os ensinos de Nitiren Daishonin durante toda a vida, e confrontando também as pessoas que o ameaçavam. Com coragem e sem temor, ele continuou a bradar em prol da paz e da justiça e seu nome permanece até hoje nos anais do budismo, resplandecendo com um brilho imortal e duradouro. Daishonin orientou constantemente Shijo Kingo para que não fosse covarde, advertindo-o da seguinte forma: “As orações de uma pessoa covarde não são respondidas”. (WND, pág. 1.001.)

Viver plenamente

Ter uma vida longa não significa necessariamente que tenha sido plena de realizações. O importante é o que deixamos para trás, que tipo de valor criamos e o quanto contribuímos para a felicidade de outras pessoas.
A vida é curta. É um desperdício passá-la em vão a procura de glória que é algo tão frágil e impermanente como uma bolha de sabão, ou sofrer por invejar outros que possuem tal glória. É por isso que Daishonin afirma nesta passagem: “É raro nascer como ser humano. O número daqueles que são dotados com vida humana é tão pequeno quanto a quantidade de terra que podemos colocar sobre uma unha. Viver como ser humano é difícil — tão difícil quanto o orvalho permanecer sobre a grama. No entanto, é melhor viver um único dia com honra do que 120 anos e morrer na desgraça”.
No interminável ciclo de nascimento e morte, Daishonin nos mostra quão raro é o fato de nascermos como ser humano comparando-o à minúscula quantidade de terra sobre a unha. Portanto, estamos desfrutando nesta existência desta rara boa sorte de nascermos como seres humanos. No entanto, a nossa existência como ser humano é tão breve quanto as gotas do orvalho sobre as plantas que desaparecem com o raiar do sol. É exatamente por esta razão que devemos viver a cada dia com dignidade e integridade.

Comprovar a prática da fé em meio à sociedade

Na frase “Conduza sua vida de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiarão e dirão que Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo é diligente em servir a seu lorde, em servir ao budismo e em sua consideração pelas outras pessoas”, o Buda Nitiren Daishonin nos ensina sobre um importante princípio da prática da fé na vida diária.
Daishonin incentiva Shijo Kingo para que se torne conhecido e elogiado pelas pessoas de sua localidade pela sua brilhante diligência “em servir ao seu lorde”, “em servir ao budismo” e por uma maravilhosa “consideração pelas outras pessoas”. Em outras palavras, Daishonin está aqui orientando Kingo para desenvolver seu caráter.
O verdadeiro significado de “prova real” no Budismo de Nitiren Daishonin está em “desenvolver o caráter” à medida que “se aprimora a prática da fé”. Nitiren Daishonin orienta a “ser diligente em servir ao budismo” justamente para que possa cultivar as comprovações da prática da fé na forma de “prova real”. “Servir a seu lorde” corresponde nos dias atuais à comprovação profissional no local de trabalho, e a “consideração pelas outras pessoas” às atividades visando a felicidade e o bem-estar das pessoas, isto é, às atividades em prol do Kossen-rufu realizadas em nossa Organização.
Em um discurso, o presidente Ikeda afirma: “O presidente Toda orientava da seguinte forma: Existem pessoas que pensam levianamente que pelo simples fato de possuírem o Gohonzon não precisam ir em busca de novas tentativas para melhorar sua vida, iludidos de que poderão obter benefícios sem o mínimo de esforço. Essa forma de pensar é um grande erro. Portanto, devemos alertar tais pessoas sobre a grande calúnia que estão cometendo. Sobre a questão, Nitiren Daishonin diz: ‘Se a pessoa se torna versada no Sutra de Lótus naturalmente compreenderá o significado das leis da sociedade’. Em outras palavras, aqueles que abraçam o Gohonzon devem ser capazes de melhorar sua vida ou mesmo fazer com que seus negócios prosperem”. (Brasil Seikyo, edição no 1.211, 13 de fevereiro de 1993, pág. 9.)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Líderes da BSGI em uma só sintonia

Líderes da BSGI em uma só sintonia

BSGI reúne líderes de bloco e acima nos dias 14 e 15 para alinhar os últimos detalhes rumo à vitória do Bloco Monarca e do Seigan

BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2048, PÁG. A12, 21 DE AGOSTO DE 2010.

Em todas as coordenadorias, os participantes alinharam as metas visando a vitória total até o dia 19 de outubro, cinquentenário da BSGI.
Líderes. Na CCSP, Sub Leste 1, a alegria era geral a cada bloco monarca certificado
RM Barueri. Todos ainda mais motivados a conquistar a vitória
FALTA POUCO. A Sub Niterói, CRJ, vê a vitória bem próxima
RE Sergipe. Para edificar os blocos monarcas, membros da RM renovam decisão
DA REDAÇÃO / ARCO-ÍRIS
Nem o gélido clima espantou o ânimo dos “Heróis Soka” que demonstravam o verdadeiro aspecto do Monarca. Na reunião, diversos blocos foram certificados, deixando a correnteza de blocos monarcas mais caudalosa.

EXPLOSÃO DE ALEGRIA


Na CCSP, na Subcoordenadoria Leste 1, muitos blocos sagraram-se Monarcas durante atividade no Centro Cultural Campestre da BSGI. A “Nação Leste 1”, como é conhecida, foi incentivada pelo coordenador da DMJ da BSGI, Luciano Gonçalves, a manter o coração puro por meio da recitação do Daimoku.
No Auditório Monarca, a Sub Noroeste entregou troféus aos blocos monarcas. Tornar-se um monarca na vida e ter gratidão pelos pais foram os pontos destacados pelo coordenador da DJ da BSGI, Ricardo Miyamoto.
Os 900 líderes da Subcoordenadoria Sul 1 ouviram o coordenador da CCSP, Júlio China, no Auditório da Paz, que solicitou a todos combater as fraquezas desejando mudar a si mesmos, cumprindo a missão como Bodhisattvas da Terra.
“Há 63 anos, o presidente Ikeda encontrava-se pela primeira vez com seu mestre, eternizando a unicidade de mestre e discipulo”, mencionou o primeiro vice-presidente da BSGI, Naoto Yoshikawa, na reunião da Sub Sudeste. Sobre “missão”, ele disse: “Conscientizar-se é o mesmo que despertar. Quando nos conscientizamos de nossa missão, despertamos para vivê-la”.

BENEVOLÊNCIA


Na RM Jundiaí, CMSP, os líderes comemoraram a certificação de 20 blocos monarcas dentre os 47 da RM.
Pensando nas localidades que ainda não são monarcas, o responsável pela Subcoordenadoria Anhanguera-Bandeirantes, Kazuo Kawakami, incentivou os líderes a vencer com base na união.
Já na RM Itapetininga, os membros viajaram horas para chegar no Centro Cultural da BSGI, em São Paulo, vindos de Itapeva, Guapiara, Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Itapetininga e Sorocaba. Muitos relataram as vitórias nos blocos monarcas, decidindo manter os resultados.
Eles foram incentivados pelo coordenador da DJ, Ricardo Miyamoto, sobre a rigorosidade da lei de causa e efeito e a aproveitar o momento presente para conquistar a felicidade.

CIDADE MARAVILHOSA


No Rio de Janeiro, a Sub Campo Grande recebeu os incentivos do coordenador-geral da CRJ, Paulo Roberto Gomes de Oliveira, para darem um grande passo rumo à conquista de vitórias e à concretização dos sonhos do Mestre, objetivo pelo qual todos devem se unir.
Nas Subcoordenadorias Grande Rio e Niterói, os participantes compreenderam o real significado de ser monarca na vida. Os membros vindos de sete localidades da Sub Niterói estudaram a relação de mestre e discípulo, assunto também enfatizado na Sub Norte, que teve blocos certificados monarcas no Centro Cultural do Rio de Janeiro. O responsável pela Subcoordenadoria Norte, Wallace Moura, exortou os participantes a, independentemente das adversidades, sempre viverem com dignidade, sendo firmes e desenvolvendo uma força inabalável, pois a prática budista consiste em superar as dificuldades.

O LÍDER MUDA TUDO


Os líderes da RE Espírito Santo, CRE, garantem aos membros que vencerão. Sua disposição é a de concretizar o objetivo da BSGI. Alavancando essa vitória, foram realizadas nomeações de líderes.
A coordenadora da DFJ da CRE, Renata Santoro, declarou: “O Bloco Monarca é uma certeza. Devemos encarar essa luta como oportunidade para realizar a revolução humana”, comentando também: “Quando a determinação (itinen) do líder é forte, tudo muda”.
Já na Sede Regional Boa Vista, na RE Roraima, todos estudaram a conversão e trajetória de glórias do presidente Ikeda, assim como os resultados do Bloco Monarca, encerrando a reunião com as palavras do responsável pela RE, Shiro Seki.
Nas reuniões, os líderes compreenderam que o mais importante em prol do Bloco Monarca é o avanço das organizações e a vitória final. Isso eternizará a história de glórias dos discípulos com o Mestre.

Pilar Da Nação

[link=http://www.musicas-especiais.com][red]Bsgi - Pilar Da Nação[/red]
Envie músicas para seus amigos do Orkut!
[/link]

Bsgi - Pilar da Nação

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A beleza transitória

A beleza transitória

Há muito tempo, quando o Buda Sakyamuni se encontrava no Pico da Águia, havia uma cortesã chamada Lótus, na cidade de Rajagriha. Ela era mais bela do que qualquer outra mulher da cidade, e não parecia haver ninguém que pudesse se igualar à sua beleza. Todas as mulheres a invejavam e todos os homens a adoravam. Por tudo isso, um dia, Lótus concebeu um desejo de iluminação e decidiu segregar-se dos assuntos mundanos, tornando-se uma freira budista.

Ela partiu para o Pico da Águia para visitar o Buda Sakyamuni. No caminho sentiu sede e parou num riacho de águas límpidas. Quando estendeu suas mãos para a água, ficou impressionada com o reflexo de seu rosto na superfície e foi cativada pela sua própria beleza. Seus olhos claros, seu nariz afilado, os lábios vermelhos, as maçãs rosadas, os cabelos exuberantes e a perfeita harmonia de suas feições combinavam completamente, convencendo-a de que era extraordinariamente bela. Ela pensou: "Que mulher bonita sou eu! Por que pensei em querer deixar de lado este corpo belo e viver como uma freira budista? Não, não farei isto. Com uma beleza como a minha, tenho certeza de que encontrarei a felicidade. Que idéia tola a de me tornar uma asceta." Imediatamente, ela virou-se e começou a retornar, pelo mesmo caminho.

No Pico da Águia, o Buda Sakyamuni havia assistido Lótus durante o tempo todo. Ele achou que estava na hora de ajudá-la a desenvolver o desejo de iluminação. Utilizando-se de seus poderes ocultos, o Buda se transformou numa mulher extraordinariamente bela, muito mais ainda do que Lótus, e a esperou no caminho de Rajagriha.

Desconhecendo a intenção do Buda, Lótus, enquanto imaginava vários prazeres mundanos, encontrou uma mulher desconhecida muito bonita no sopé de uma montanha. Atraída pela sua beleza, Lótus dirigiu-se espontaneamente a ela: "Você deve ser estranha por aqui. Para onde está indo completamente sozinha? Você não tem marido, filhos, irmãos? O que uma mulher tão bonita está fazendo aqui totalmente só." A desconhecida respondeu: "Estou voltando para a cidade de Rajagriha. Sinto-me tão solitária caminhando o trajeto todo. Se não for inconveniente, poderia acompanhá-la?"

As duas mulheres logo se tornaram muito amigas e viajaram juntas pela colina. Quando passaram por um pequeno lago, decidiram descansar um pouco. Sentaram-se na grama e conversaram por algum tempo. Enquanto Lótus falava, a outra mulher repentinamente adormeceu, com sua cabeça sobre os joelhos de Lótus. No momento seguinte, sua respiração cessou. Diante do olhar aterrorizado de Lótus, o corpo da mulher começou a degenerar, exalando um odor cadavérico. O corpo inchava grotescamente, a pele se rompia e as entranhas saíam, logo sendo infestadas por vermes. O cabelo da mulher morta caiu de sua cabeça, seus dentes e sua língua se separaram de seu corpo. Era realmente uma visão odiosa.

Vendo essa fealdade apavorante diante de si, Lótus ficou pálida, pensando: "Mesmo uma beleza celestial é reduzida a isso quando morre. Não obstante o quão confiante eu era de minha beleza, não tenho meios para saber por quanto tempo irá durar. Oh! Como fui estúpida! Devo procurar o Buda e buscar a iluminação." Então, Lótus dirigiu-se novamente ao Pico da Águia.

Chegando à presença do Buda, Lótus se atirou diante dele e relatou-lhe o que havia acontecido a ela no caminho até lá. O Buda fitou-a com benevolência e pregou-lhe os quatro seguintes pontos:

1) Todas as pessoas envelhecem;

2) Mesmo um homem muito forte infalivelmente morrerá;

3) Não importando quanto a pessoa viva feliz com sua família ou amigos, o dia da separação certamente virá;

4) Ninguém pode levar sua riqueza para o mundo após a morte.

Lótus compreendeu imediatamente que a vida é efêmera e que somente a Lei é eterna. Ela se aproximou do Buda e pediu-lhe que a aceitasse como sua discípula. Quando o Buda lhe deu a sua permissão, seus abundantes cabelos pretos caíram no mesmo instante e sua aparência transformou-se completamente na de uma freira budista. Desse momento em diante, ela se devotou sinceramente à prática budista e atingiu eventualmente o estágio de arhat, sendo qualificada a receber os oferecimentos e o respeito das pessoas.

Uma vida de grandiosa missão

Uma vida de grandiosa missão

BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2048, PÁG. A3, 21 DE AGOSTO DE 2010.

Discurso proferido pelo presidente da SGI, Daisaku Ikeda, por ocasião da entrega do título de doutor honorário da Universidade Laval, do Quebec, no Canadá, realizada no Auditório da Universidade Soka em Hatioji, Tóquio, no dia 4 de maio. Uma delegação da universidade, liderada pelo reitor Denis Brière, foi ao Japão para conceder a homenagem. Dentre os distintos convidados presentes estavam o Dr. Chang Jen-Hu, diretor da Comissão de Conselheiros da Universidade de Cultura Chinesa de Taiwan; o Prof. Ken Brown, da Queen’s University de Belfast, na Irlanda do Norte, e o Dr. Clark Chilson, professor assistente de Estudos de Religião da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.
LAÇOS DE AMIZADE. O presidente Ikeda cumprimenta o Dr. Chang Jen-Hu, diretor da Comissão de Conselheiros da Universidade de Cultura Chinesa de Taiwan, e o presidente da universidade, Wu Wann-Yih, presentes à cerimônia
homenagem. O presidente Ikeda profere o discurso de aceitação do título de Doutor Honorário da Universidade Laval, do Quebec, no Canadá, no Auditório da Universidade Soka, em Tóquio
Meus cumprimentos a todos os alunos Soka! Já faz tempo, não é mesmo? Obrigado por terem vindo de todo o país e do mundo inteiro para se juntarem a nós. Estou muito feliz em vê-los tão bem!
A felicidade é o propósito da vida. Aconteça o que acontecer, não sejam derrotados. Por favor, vençam no final e sejam felizes. É isso o que desejo para todos vocês.

A dívida para com nossas mães


No Canadá, país do qual gosto muito, há uma mãe admirável, ainda com boa saúde apesar de já ter quase 99 anos de idade. Essa nobre mãe disse certa vez ao filho, em quem tinha grande fé, que o que ele fizesse na vida “deveria se basear em suas próprias convicções, e não fazer por ter sido obrigado”.1 Atendendo às suas palavras, esse filho está agora contribuindo de forma positiva para a sociedade como um dedicado educador. Ele não é nenhum outro senão o reitor Denis Brière, da Universidade Laval, que está aqui conosco hoje.
O budismo ensina que a dívida que temos para com nossas mães é tão vasta quanto a terra e tão profunda quanto o oceano. Por favor, cuidem bem de seus pais. Não importando o quanto ela seja pobre ou iletrada, mãe é mãe. Para aqueles cuja mãe já faleceu, tenho certeza de que ela os está observando carinhosamente em algum lugar.
Tornem-se o tipo de pessoa que proclama com todo orgulho para ela: “Eu venci! Eu me tornei feliz na vida!”

O compromisso com a paz


Onde as pessoas reconhecem e demonstram gratidão pela profunda dívida que têm para com suas mães, serão nutridos com genuíno amor e compromisso com a paz. A felicidade e a vitória nascem da estima que temos por nossa mãe. Além disso, demonstrar a gratidão que sentimos por nossa mãe e tentar alegrá-la fará surgir uma cultura verdadeiramente rica. E também nos dará alegria e autoconfiança.
Também estão conosco hoje os estudantes dos ensinos médio e fundamental. Todos vocês me prometem ser bons filhos para seus pais? [Os estudantes responderam afirmativamente.] Como a voz de vocês é vigorosa! Isso me deixa muito feliz.
São as pequenas coisas que importam, tais como falar gentilmente com seus pais e também responder com delicadeza. Deixem seus pais tranquilos e não lhes causem aborrecimentos nem mintam para eles — é assim que podem ser bons filhos. Mesmo que sejam bem-sucedidas na sociedade, as pessoas que não fazem isso não são realmente admiráveis. São simplesmente hipócritas.
Eu cuidei bem de meus pais. Durante a Segunda Guerra Mundial, meus quatro irmãos mais velhos foram um a um convocados pelo exército e, apesar de eu sofrer de tuberculose, fiz o melhor que pude para ajudar nossa família no lugar deles. Meu irmão mais velho morreu em Burma (atual Mianmar). Nunca me esquecerei do sofrimento de minha mãe ao ficar sabendo do falecimento dele. Fiquei profundamente angustiado ao ver o sofrimento dela. É por isso que me oponho totalmente à guerra. É por isso que tenho lutado tão firmemente contra o autoritarismo.
Espero que todos realmente adquiram grande capacidade, que façam boas amizades e criem um mundo sem guerra em que todos possam viver em paz e felicidade. Tenham uma vida boa. É isso o que significa Soka, ou criação de valor. Conto com vocês!

Nunca desistam


Estou tendo agora o privilégio de receber esta suprema homenagem de uma das mais veneráveis instituições de ensino superior do Canadá, a Universidade Laval, no Quebec. É realmente motivo de ilimitada alegria para mim. Muito, muito obrigado. Gravando em meu coração o espírito da Universidade Laval com seus solenes 350 anos de história, aceito humildemente essa homenagem com meus queridos alunos Soka. Por favor, junto comigo, vamos dar uma retumbante salva de palmas aos nossos distintos convidados dessa instituição, expressando nossa máxima gratidão.
Também gostaria de transmitir meus mais sinceros agradecimentos a todos os outros estimados convidados presentes no dia de hoje.
No ano de 1668, o fundador e precursor da Universidade Laval, François de Laval (1623–1708), incentivou os jovens que estavam se preparando corajosamente para iniciar empreendimentos desafiadores: “Aqueles que demonstram coragem no início mas que não têm paciência para continuar correm o risco de acabar perdendo o ânimo e desistindo”.2
A todos vocês, nossos alunos Soka, que estão valorosamente hasteando bem alto o estandarte de sua escola em seus respectivos e importantes locais de trabalho e na comunidade onde moram, peço que vençam com coragem e paciên­cia e que nunca desistam.

A essência da educação


Dando continuidade ao supremo espírito de seu fundador, a Universidade Laval teve um crescimento extraordinário no século 19. Isso ocorreu especificamente por causa dos excepcionais esforços de três gerações de grandes educadores: Jérôme Demers (1774–1853), Jean (John) Holmes (1799–1852) e o primeiro reitor, Louis–Jacques Casault (1808–1862), sendo que todos eles incorporaram o nobre espírito canadense.
Nenhum empreendimento grandioso e duradouro, tal como a edificação de uma universidade, se realiza no decorrer de uma única geração, mas, sim, após os esforços transmitidos de uma geração para outra. Essa é a fórmula pela qual importantes empreendimentos são alcançados. E, no final das contas, a mais vigorosa energia vital são os esforços unidos de pessoas que buscam transmitir a obra de um líder visionário.
O Dr. Holmes, um indivíduo tão dedicado, declarou: “A educação é indispensável; ela O compromisso com a paz
Onde as pessoas reconhecem e demonstram gratidão pela profunda dívida que têm para com suas mães, serão nutridos com genuíno amor e compromisso com a paz. A felicidade e a vitória nascem da estima que temos por nossa mãe. Além disso, demonstrar a gratidão que sentimos por nossa mãe e tentar alegrá-la fará surgir uma cultura verdadeiramente rica. E também nos dará alegria e autoconfiança.
Também estão conosco hoje os estudantes dos ensinos médio e fundamental. Todos vocês me prometem ser bons filhos para seus pais? [Os estudantes responderam afirmativamente.] Como a voz de vocês é vigorosa! Isso me deixa muito feliz.
São as pequenas coisas que importam, tais como falar gentilmente com seus pais e também responder com delicadeza. Deixem seus pais tranquilos e não lhes causem aborrecimentos nem mintam para eles — é assim que podem ser bons filhos. Mesmo que sejam bem-sucedidas na sociedade, as pessoas que não fazem isso não são realmente admiráveis. São simplesmente hipócritas.
Eu cuidei bem de meus pais. Durante a Segunda Guerra Mundial, meus quatro irmãos mais velhos foram um a um convocados pelo exército e, apesar de eu sofrer de tuberculose, fiz o melhor que pude para ajudar nossa família no lugar deles. Meu irmão mais velho morreu em Burma (atual Mianmar). Nunca me esquecerei do sofrimento de minha mãe ao ficar sabendo do falecimento dele. Fiquei profundamente angustiado ao ver o sofrimento dela. É por isso que me oponho totalmente à guerra. É por isso que tenho lutado tão firmemente contra o autoritarismo.
Espero que todos realmente adquiram grande capacidade, que façam boas amizades e criem um mundo sem guerra em que todos possam viver em paz e felicidade. Tenham uma vida boa. É isso o que significa Soka, ou criação de valor. Conto com vocês!

Nunca desistam


Estou tendo agora o privilégio de receber esta suprema homenagem de uma das mais veneráveis instituições de ensino superior do Canadá, a Universidade Laval, no Quebec. É realmente motivo de ilimitada alegria para mim. Muito, muito obrigado. Gravando em meu coração o espírito da Universidade Laval com seus solenes 350 anos de história, aceito humildemente essa homenagem com meus queridos alunos Soka. Por favor, junto comigo, vamos dar uma retumbante salva de palmas aos nossos distintos convidados dessa instituição, expressando nossa máxima gratidão.
Também gostaria de transmitir meus mais sinceros agradecimentos a todos os outros estimados convidados presentes no dia de hoje.
No ano de 1668, o fundador e precursor da Universidade Laval, François de Laval (1623–1708), incentivou os jovens que estavam se preparando corajosamente para iniciar empreendimentos desafiadores: “Aqueles que demonstram coragem no início mas que não têm paciência para continuar correm o risco de acabar perdendo o ânimo e desistindo”.2
A todos vocês, nossos alunos Soka, que estão valorosamente hasteando bem alto o estandarte de sua escola em seus respectivos e importantes locais de trabalho e na comunidade onde moram, peço que vençam com coragem e paciên­cia e que nunca desistam.

A essência da educação


Dando continuidade ao supremo espírito de seu fundador, a Universidade Laval teve um crescimento extraordinário no século 19. Isso ocorreu especificamente por causa dos excepcionais esforços de três gerações de grandes educadores: Jérôme Demers (1774–1853), Jean (John) Holmes (1799–1852) e o primeiro reitor, Louis–Jacques Casault (1808–1862), sendo que todos eles incorporaram o nobre espírito canadense.
Nenhum empreendimento grandioso e duradouro, tal como a edificação de uma universidade, se realiza no decorrer de uma única geração, mas, sim, após os esforços transmitidos de uma geração para outra. Essa é a fórmula pela qual importantes empreendimentos são alcançados. E, no final das contas, a mais vigorosa energia vital são os esforços unidos de pessoas que buscam transmitir a obra de um líder visionário.
O Dr. Holmes, um indivíduo tão dedicado, declarou: “A educação é indispensável; ela é o motor, a força vital, o coração sem o qual tudo se degenera, se arruína e fracassa”.3 É realmente verdade. A educação é o que nos torna plenamente humanos.
A Universidade Laval brilha como o sol do intelecto, a radiante luz de seu supremo espírito da educação iluminando o mundo. Vamos todos expressar nosso mais profundo respeito e admiração por essa honrada universidade canadense. [Aplausos.]
Este ano marca o 80o aniversário da educação Soka. No próximo ano, a Universidade Soka celebrará seu 40o aniversário. A educação Soka remonta a Tsunessaburo Makiguti e Jossei Toda, primeiro e segundo presidentes da Soka Gakkai, que foram contra o militarismo japonês. Transmitindo o legado deles, eu a tornei uma rede de escolas que está agora criando muitas pessoas capazes.
Estender uma rede educacional pelo mundo inteiro e fomentar uma firme correnteza de indivíduos capazes, inteligentes e íntegros, são esforços que realmente têm um importante papel na criação da paz. Essa é, de fato, a essência da educação.
É exatamente conforme diz o hino da Universidade Laval: “Sorriam e se socializem... / Todos estão se preparando / para um papel ilustre / no vasto coro do mundo”.4

O caminho correto na vida


Fiz minha primeira visita à bela terra do Canadá em 1960. Hoje também estão conosco alguns amigos canadenses. Fico feliz em vê-los. Obrigado por participarem conosco.
Na época de minha primeira viagem ao Canadá, 50 anos atrás, a Revolução Tranquila, um movimento não violento em prol da mudança social, foi iniciada na Província de Quebec. A Universidade Laval teve um papel admirável e central na histórica vitória conquistada por esse movimento. Esse espírito de contribuir para a sociedade e tornar o mundo um lugar melhor continua vigorosamente vívido na Laval até hoje.
Fernand Dumont (1927–1997), filósofo e sociólogo que lecionou na Universidade Laval, declarou: “Diferentemente dos animais, os seres humanos
não se contentam em viver no ambiente conforme ele está, mas constroem e criam [uma sociedade ideal]”.5 Isso está totalmente correto. Ele também observou: “O caminho que os seres humanos devem seguir é o [...] de tentar criar o mundo com outras pessoas”.6
O correto caminho na vida é realizar nossa revolução humana e empreender ações com outros em prol do bem-estar das pessoas e da sociedade. Esses são os objetivos de nosso movimento Soka.

Falem pelo que é certo


Qual é o meio importante para transformar as pessoas e a sociedade? É o diálogo — não a violência, a guerra, tampouco o egoísmo e indivíduos interesseiros —, mas o diálogo.
Dumont fez esta afirmação: “A linguagem é de extrema importância. Não se consegue conquistar nada por meio do silêncio; devemos bradar por elas. As pessoas são seres de expressão. [...] Nós falamos e, por meio da fala, nos completamos”.7
Precisamos falar — falar pela melhoria social, pela paz, pelo bem-estar dos outros, de nós mesmos e do mundo. Não estou falando de mera tagarelice sem nenhum propósito, mas de diálogos significativos que sejam racionais e lógicos e que conquistem o respeito das pessoas por articularem uma visão correta. As pessoas que proclamam a verdade destemidamente e dizem o que precisa ser dito são vitoriosas. Devido a isso, não importando que obstáculos enfrentemos, devemos falar pelo que é correto.
Nossa humanística rede Soka propagou-se pelo mundo inteiro por meio do diálogo. Em nossa batalha pelo bem, não devemos ficar em silêncio. Vamos conversar com as pessoas! Vamos nos desenvolver ainda mais e conquistar a vitória na vida!

Mantenham-se destemidos e otimistas


A maioria de vocês, alunos Soka reunidos aqui hoje, estão agora no vigor dos anos. Vocês com certeza pareciam ainda mais jovens quando se formaram! [Risos.]
Quando eu estava com mais ou menos a idade de vocês, lutei e trabalhei incessantemente, com todas as minhas forças. Tinha por volta de 40 anos de idade quando me engajei no diálogo com Arnold J. Toynbee (1889–1975), um dos maiores historiadores do século 20.
As pessoas com senso de missão e uma clara consciência de seus propósitos, são fortes. Isso é totalmente diferente de ter a atitude indolente de achar que as coisas de alguma forma darão certo ou do desejo de ter uma vida tranquila e sossegada. Ter uma missão grandiosa significa enfrentar grandes desafios e sofrimentos, mas isso também significa que vocês podem se desenvolver muito mais. Por favor, avancem com essa convicção.
Publiquei um diálogo com um de nossos honrados convidados de hoje, o diretor da Comissão de Conselheiros da Universidade de Cultura Chinesa de Taiwan, Chang Jen-Hu.8 Nele, conversamos sobre um ponto ensinado pelo pai do Dr. Chang — que as épocas de maiores dificuldades nos dão as oportunidades de estabelecer os alicerces para grandes conquistas. Portanto, disse o pai dele, não devemos lamentar pela situação desfavorável que estamos passando, mas, sim, nos manter otimistas e destemidos, confiantes de que nossos revezes serão transformados em sucesso.
As épocas mais difíceis com frequência levam ao sucesso; elas representam as oportunidades para abrir o portal para a vitória. Consequentemente, não há razão para a autopiedade.
Ofereço esta filosofia de vida positiva e encorajadora a todos vocês. Eu também tenho vivido dessa forma.

Continuem a estudar


O que é essencial para vencer nesta época tumultuada? Conforme observou tão sabiamente o reitor Brière: “A educação contínua é a chave para ser capaz de responder ao ambiente em mudança”.9 Correto. O Sr. Makiguti e o Sr. Toda também disseram o mesmo. O estudo é a chave para a verdade, para a vitória e para vencer na sociedade. Continuem a estudar. Desafiem a si próprios e vençam!
Ao adquirirem capacidade e realizarem algo por si próprios, vocês garantem não apenas a própria vitória como também a de seus pais.
Para encerrar, ofereço minhas orações pela prosperidade do Canadá e pela boa saúde, felicidade e grandioso sucesso de todos os presentes.
Muito, muito obrigado. Cuidem-se bem!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Conversão do presidente Ikeda

Conversão do presidente Ikeda


Daisaku Ikeda aos 19 anos.
Neste significativo mês de agosto comemora-se o aniversário de conversão do presidente da SGI, Daisaku Ikeda, ao Budismo de Nitiren Daishonin.
Relembrando épocas de valor inestimável, vamos viajar juntos dentro do imenso coração de um jovem chamado Daisaku Ikeda:
2 de janeiro de 1928 - Dia de seu nascimento. Desde criança sofria de constantes crises de bronquite, mas isso não o impedia de ser um jovem alegre e de coração límpido.

Numa das crises, aos sete anos, perguntou a sua mãe: "Mãe, o que é a morte?"
Ela respondeu: "Veja aquelas flores vermelhas! Dizem que aquela árvore é da espécie que não cresce perto do mar, no entanto, cresceu forte e robusta! O vento forte bate, mas ela floresce e dá frutos! A árvore está tentando sobreviver a todo custo. Querido Dai, você também deve viver e sobreviver como aquele pé de romã! Haja o que houver!"
Diante da árvore, fez seu juramento: "Pé de romã, você está sobrevivendo com toda sua força, superando os momentos de sofrimento e tristeza, não é mesmo? Eu também não serei derrotado. Olha, pé de romã, vamos jurar isto juntos!"
Desde criança concluiu que era preciso descobrir a maneira de discernir corretamente entre o caminho das trevas e o caminho da esperança. "Não sei até quando meu corpo pode resistir... Vivemos de acordo com o rumo que escolhemos. Quero viver e avançar, sem esmorecer mesmo em face da doença, assim como meu irmão me ensinou, jamais deixarei de estudar até o último momento."
Em meio às dificuldades, jamais se esqueceu da promessa que havia feito ao pé de romã.
Já na adolescência, sem outra alternativa, Ikeda empregou-se na Metalúrgica Niigata, que ficava perto de sua casa. Era uma fábrica de armamentos que fornecia também materiais para a construção de navios de guerra. Nessa fábrica havia também uma escola para jovens em que eram ministrados cursos técnicos e também treinamentos militares. Os instrutores enfatizavam que o aumento da produtividade era um meio para se proteger seus compatriotas que lutavam nos campos de guerra.
No início de uma tarde de verão de 1944, Ikeda marchava sob o sol escaldante carregando no ombro um fuzil de madeira. Era o exercício ministrado pela fábrica como parte do treinamento militar. O pelotão marchava rumo às margens do Rio Tama, partindo da fábrica que ficava perto da Estação Kamata. De repente, Ikeda sentiu-se mal e cambaleou.

- O que está acontecendo?
- Você está bem?
Os colegas que estavam a sua volta acudiram-no. Embora não se sentisse bem, Ikeda suportou o mal-estar e ficou até o fim do treinamento. Posteriormente, contudo, ele começou a tossir sangue.
Embora Ikeda tivesse tuberculose, vinha esforçando-se demasiadamente no trabalho e nos treinamentos. Houve ocasiões em que chegou a trabalhar com uma febre de 39 graus. Os gânglios linfáticos estavam inchados e o rosto muito pálido. Porém, ele não tinha condições de procurar tratamento médico. A única forma de orientar-se era seguir as instruções de uma revista sobre cuidados com a saúde. Além disso, por ser uma época de terrível escassez de alimentos, não podia nutrir-se satisfatoriamente.
Devido ao seu estado de saúde, Ikeda pediu sua transferência para os serviços de escritório. Mas, no início de 1945, os médicos recomendaram-lhe que se internasse num sanatório para tuberculosos. Seu estado era grave e quase desesperador.
Nessa época, a derrota do Japão era dada como certa e Ikeda recebia notícias sobre a morte de seus amigos que haviam se tornado pilotos. Ikeda sentiu-se envergonhado por estar doente e não poder fazer nada pelo Japão enquanto seus amigos tombavam nos campos de batalha.
Não tardou muito para o bairro de Kamata ser atingido pelos bombardeios.
Devido aos bombardeios, não se comentou mais sobre sua internação no sanatório. Mesmo após a guerra, a tuberculose atormentou por muito tempo a saúde de Ikeda. Entretanto, o que mais o afligia era a sensação de vazio espiritual provocada pelo término da guerra. A obediência ao imperador, a fé no Estado e toda a visão de valor ficaram confusas no coração de Ikeda.
Para que havia servido a guerra? O que significava o imperador, a pátria e a justiça? O que é realmente o ser humano? Diante do campo devastado pela guerra, Ikeda pensava e continuava a atormentar-se.
Para obter respostas concretas sobre suas indagações, Ikeda teve de esperar por mais dois anos até encontrar-se com Jossei Toda.

14 de agosto de 1947 - Relembrando o início de sua prática budista, o jovem Daisaku Ikeda converteu-se aos 19 anos de idade e recebeu o Gohonzon no dia 24 de agosto de 1947.
Certo dia, Ikeda aceitou um convite de dois amigos para participar de uma reunião sobre filosofia. Chegado o dia da reunião, os dois amigos foram à casa de Ikeda para acompanhá-lo à reunião. A "palestra sobre filosofia" nada mais era do que uma típica reunião de palestra da Soka Gakkai, aquela porém, com um atrativo a mais: o próprio presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, estaria presente. Ikeda não sabia exatamente do que se tratava, apenas desejava encontrar algo que lhe desse esperança, palavra que fora totalmente dissolvida da mente do povo em decorrência da hipocrisia da Segunda Grande Guerra Mundial.
Apresentado a Toda durante a reunião, Ikeda, ansioso em esclarecer algumas dúvidas, começou a fazer várias perguntas sobre conduta humana. Surpreso com a sagacidade do rapaz, Toda respondeu prontamente a cada questão e, em cada resposta, abordou conceitos da filosofia de Nitiren Daishonin.
Toda permaneceu sem nada dizer. Ikeda contemplava algo, com olhares atentos, deixando a sua face inteiramente corada. Parecia estar impaciente, desejando pronunciar algo novamente. Subitamente, levantou-se decidido e cumprimentou:
— Muito obrigado, professor. Há o seguinte ditado célebre no Tratado Preceitual Chinês Li Ching: "Faz bem pensar mais uma vez, embora concorde; é bom pensar mais uma vez, embora discorde". Creio na sua afirmação que aconselha o estudo e a prática, especialmente aos jovens e, sendo assim, peço-lhe que me permita segui-lo, para poder aprender. Como prova do meu agradecimento, peço licença para declamar uma poesia, apesar da pouca habilidade...
Toda concordou silenciosamente.
Todos os presentes ficaram surpresos. Ikeda fechou levemente os olhos e começou a declamar com sua voz sonora.
Ó viajante!
De onde vens?
E para onde irás?

A lua desce
No caos da madrugada;
Mas, vou andando,
Antes de o Sol nascer.
À procura de luz.

No desejo de varrer
As trevas de minh´alma,
A grande árvore eu procuro
E que nunca se abalou,
Na fúria da tempestade.
Nesse encontro ideal,
Sou eu quem surge da terra!
Todos ficaram surpresos. Para Toda especialmente, a última frase soou de forma muito significativa. "Sou eu quem surge da Terra!" - era a missão dos Bodhisattvas da Terra que surgiram nos Últimos Dias da Lei para propagarem o ensino. Toda pressentia que aquele encontro havia sido místico. O encontro com aquele rapaz de dezenove anos lembrava Toda o encontro que ele próprio tivera com seu mestre, Makiguti. "Se o budismo é certo, deverá surgir infalivelmente uma relação de mestre e discípulo entre as duas pessoas que infalivelmente deverão realizar uma revolução religiosa sem precedentes na história da humanidade", era o que pensava Toda. "Aquele rapaz nada sabe disso. É bom que não saiba nada agora."
Dez dias após este marcante encontro, em 24 de agosto de 1947, converteu-se ao budismo. Aos poucos compreendeu a veracidade da filosofia budista e começou a admirar a pessoa de Jossei Toda: "Se não tivesse tido Jossei Toda como professor, nunca teria chegado a ser coisas alguma (...) O fato de um homem tão medíocre quanto eu poder suceder ao falecido Toda Sensei deve-se somente a jamais ter deixado, por um instante sequer, a imagem desse grande líder afastar-se do meu coração e da minha alma. A felicidade máxima da minha vida é ter conhecido e me tornado seu discípulo, e desse relacionamento de mestre e discípulo ter ultrapassado a morte."
Antes de sua conversão, o jovem Ikeda trabalhava como empregado de uma tipografia. Trabalhou também como entregador de jornais por iniciativa própria. Depois foi escriturário, mas na realidade fazia de tudo. Muitas vezes nem recebia salário. Estudava à noite e como não tinha boa saúde passava por momentos extremamente difíceis. Após as aulas, com fome, não tinha forças sequer para regressar ao lar. Era pós-guerra e não havia tantos membros na Soka Gakkai como hoje. A sua família era contra sua prática budista. A Divisão Masculina de Jovens só contava com nove membros. Sendo assim, lutou contra grandes dificuldades.
Ele não tinha camisas de reserva. Seus sapatos estavam sempre gastos, suas roupas surradas, e não tinha meias novas, o que o levava a remendá-las. Compartilhou das árduas lutas de Toda não recuando sequer um passo. O que sustentava essa sua convicção? Mesmo na pior adversidade ele acreditou no Gohonzon, no Budismo de Nitiren Daishonin, nas orientações do seu mestre, Jossei Toda, e nunca duvidou de seu futuro.
"Se todos estivessem realmente satisfeitos não haveria necessidade de religião ou dos estudos budistas. Uma vez que estamos praticando o budismo e estamos revolucionando o nosso caráter, é natural que surjam muitos obstáculos e problemas. Jamais me queixei disso!
Sempre enfrentei as dificuldades com prazer, pois tinha convicção de que as superaria, e que tudo isso se tornaria a causa para o meu grande desenvolvimento. Além do mais era doente. Muito doente mesmo! Era tão magro que não passava dos 48 quilos, mas mesmo assim lutei. Havia ocasiões em que ia e voltava várias vezes pelo centro da cidade puxando carroça.
Em meio a essas dificuldades renovava as minhas decisões: 'Estou sofrendo e para vencer só tenho o Daimoku.' Assim, havia ocasiões em que fazia vinte mil Daimoku diariamente (aproximadamente sete horas). Cheguei a fazer mais de seiscentos mil Daimoku por mês (duzentas horas).
Nessas ocasiões não sabia em quem confiar a não ser no Gohonzon. Assim também, os senhores devem fazer. Quanto maior o sofrimento, deverão decidir: 'Esta é a melhor chance de poder provar a todos, superando esse sofrimento através da minha prática da fé.' A pessoa que assim fizer conseguirá a revolução do caráter. Fé é prática! Os jovens devem ter esperança, estimulando a si próprios, e ser corajosos e enérgicos para a revolução de seu destino."
A mente do mestre refletida em seu discípulo - Relatando o seu encontro com o segundo presidente Jossei Toda, o presidente Ikeda conta: "Quando encontrei-me com o presidente Toda ele me disse: 'A vida para você que ainda é jovem, é longa, não sabe qual o destino que lhe está reservado e o que lhe poderá acontecer no futuro. Você tem certeza absoluta de que levará uma vida feliz?'
Naquele momento lembro-me de ter resmungado algumas coisas, mas, na realidade, sentia que era verdade o que ele me dizia. E no meu íntimo não tinha certeza alguma de ter uma vida feliz no futuro. Para contrariar as palavras do professor, poderia falar de socialismo, de realismo, de Nietzsche, Karl Marx e Emerson, mas isso não era o que eu realmente pensava, apenas quis dizer algo para contradizer o professor.
Toda respondeu-me: 'Quando envelhecer e olhar para o seu passado, e se arrepender de não ter feito algo na mocidade, isto é, realizado obras que poderiam ter ajudado a humanidade, será tarde demais. Pratique e estude o Budismo de Nitiren Daishonin para verificar a sua legitimidade ou falsidade. Será que no momento da morte, você conseguirá morrer dignamente como um grande homem?' Quando ele me disse isso, pensei: 'Tem razão, é preciso fazer algo desde a juventude.'
Toda ainda me disse: 'Se uma pessoa analisar as dificuldades de uma vida, verá que a sua realidade é rigorosa e para solucionar tudo isso experimente praticar e estudar o Budismo de Nitiren Daishonin. Se há dúvidas de que estou dizendo a verdade, aposto a minha para provar. Você poderá desistir da prática quando quiser, nada lhe custará. Tudo o que fizer será para o seu próprio bem e não para o da Soka Gakkai.'
Esta foi a resposta que recebi. Então, em meio a todas as dificuldades, decidi: 'Praticarei três ou cinco anos, conforme diz Toda Sensei, esforçando-me ao máximo na prática da fé e no estudo do budismo.' Assim, recebi o Gohonzon, pratiquei os ensinos e dediquei-me ao estudo. Tenho plena convicção de que o Budismo de Nitiren Daishonin é a maior das práticas da qual se obtêm resultados concretos. Mesmo que o analise através da ciência mais avançada, mesmo que o compare com quaisquer dos ideais existentes, afirmo que o budismo é o maior dos ensinos. Portanto, para o bem de si mesmo pratique e estude com dedicação.
"A minha posição era de servir o segundo presidente, Jossei Toda. Às vezes, realizava trabalhos penosos, a minha saúde, o meu trabalho, tudo era difícil e o progresso da Soka Gakkai era pouco. Trabalhei confiando no presidente Toda, confiando na Soka Gakkai e protegendo o Gohonzon. Apenas avancei com rigor.
Lutei, ultrapassando vários obstáculos. Nunca com a intenção de que o presidente Toda ia me construir uma casa ou que me deixaria descansar por estar doente, ou que talvez me pagasse os estudos na universidade que quisesse, etc. Quando eu lhe falava sobre a minha doença ele ficava preocupado e orientava-me dizendo: 'Se orar chorando ao Gohonzon, jamais deixará de mudar o seu destino.'
Passava por momentos difíceis em um apartamento apertado. Mais isso viria a se tornar uma grata lembraça. Todos esses sofrimentos fizeram com que o jovem mimado se fortalecesse, e isso tornou-se a base da minha vida hoje.
Resistirei a qualquer tipo de críticas, lembrando-me de que meu venerado mestre certa vez, encorajou um jovem pobre e sofrido, para se tornar o que é hoje.
Eu próprio tenho agora minha missão a cumprir. Continuarei a escrever, com lágrimas de gratidão, a história e os ideais de meu mestre. Compus os seguintes versos em 1958, no sétimo dia após o falecimento do Sr. Toda:
Agora que meu mestre faleceu,
Como a vanguarda dos
Jiyu no Bossatsu,
Ainda hoje avanço
diante das onda furiosas.
Esse poema ainda está pendurado na parede do meu lar. Era repreendido por meu mestre freqüentemente, mas muitas vezes recebi encorajamentos.
Aos dezenove anos de idade, o segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, encontrou-se com o seu mestre, Tsunessaburo Makiguti. Em 1969, o presidente Ikeda terminou o quarto volume da obra "Revolução Humana" com o capítulo "A Geada de Outono". Nesse capítulo consta um poema em resposta e dedicado a Toda:
Servirei ao mestre
Como servi no passado,
Nas místicas eras.
Sempre, imutável serei,
Ainda que outros mudem!
Em resposta, Toda escreveu ao presidente Ikeda:
Com o meu próprio corpo
Quantas vezes batalhei
Nos campos de luta.
Sem largar conservando
A ti, espada minha.

Pálido e exausto estou, o Rei.
Em minha morte deixarei
A ti, a coroa minha.
Fonte:
Terceira Civilização, nº 348, agosto de 1.997
.
Ibidem, nº 451, março de 2.006, pág.16.
Ibidem, nº 456, agosto de 2.006, pág.32.
Nova Revolução Humana, vol. III.

Nitiren Daishonin nasceu em 16 de fevereiro de 1222, em Kominato, na Província de Awa, a leste da atual Baía de Tóquio, como filho de uma família de pescadores. Seu pai chamava-se Mikuni no Tayu e sua mãe, Umeguikunyo.

Quando nasceu recebeu o nome de Zenniti-maro, e com a idade de 12 anos entrou para o templo Seityoji a fim de estudar o budismo.
Com dezesseis anos, entrou para o sacerdócio, tendo como mestre o bonzo Dozen-bo, e recebeu o nome de Zesho-bo, Rentyo. Desse dia em diante, devotou-se inteiramente ao estudo de todas as escrituras budistas.
Ele visitou os principais templos e leu todos os sutras e tratados. Como resultado, aprendeu a essência do budismo, compreendendo a doutrina e o método para a salvação de todas as pessoas. Após dezesseis anos de estudo e prática, compreendeu que o ensino fundamental do budismo é o Sutra de Lótus.
Ao meio-dia de 28 de abril de 1253, no templo Seityoji, ele proclamou o Nam-myoho-rengue-kyo como único e verdadeiro ensino de Mappo, estabelecendo o Verdadeiro Budismo. Estava então com 32 anos (1) de idade.
Nessa ocasião, nomeou a si próprio de Nitiren (literalmente, Sol de Lótus).
Quando Daishonin declarou a Verdadeira Lei, refutou a seita Nembutsu (ou Jodo) afirmando ser a causadora do inferno de incessantes sofrimentos. Isso despertou o ódio de Tojo Kaguenobu, lorde da área e seguidor da seita Nembutsu. Banido de Seityoji, Daishonin foi para Kamakura, a sede do governo na época.
Numa pequena cabana, num local chamado Matsubagayatsu, ele iniciou sua atividade para a salvação de todas as pessoas.
Nos dias de Nitiren Daishonin, as três calamidades e os sete desastres (2) aconteceram sucessivamente. Em particular, um grande terremoto abalou Kamakura em agosto de 1257, e destruiu quase todos os seus principais prédios. Tendo como motivo esse terremoto, Daishonin visitou o templo Jissoji para ponderar sobre a causa das três calamidades e dos sete desastres e também sobre como erradicar essa causa. Foi durante sua estada nesse templo que Nikko Shonin tornou-se seu discípulo.
No dia 16 de julho de 1260, Nitiren Daishonin endereçou um tratado intitulado Rissho Ankoku Ron (A Pacificação da Terra por meio da Propagação do Verdadeiro Budismo) para Hojo Tokiyori, um ex-regente que exercia enorme influência sobre o governo da época.
O tratado afirmava que a causa das três calamidades e dos sete desastres estava na calúnia das pessoas à Verdadeira Lei e na aceitação de doutrinas que contradiziam o ensino do Buda.
Entretanto, Tokiyori rejeitou a admoestação de Daishonin. Enquanto isso, com o apoio de Hojo Shiguetoki, o pai do então regente Hojo Nagatoki, um grupo de seguidores da seita Nembutsu reuniu-se em Matsubagayatsu, na cabana de Daishonin, para assassiná-lo. Esse acontecimento é conhecido como “Perseguição de Matsubagayatsu”, e ocorreu na noite de 27 de agosto de 1260.
Daishonin escapou por pouco dessa perseguição, mas foi banido para a localidade de Ito, na Província de Izu, em 12 de maio de 1261. A ordem do regente — o exílio — foi na realidade uma decisão ilegal embasada somente em seus sentimentos pessoais.
Em fevereiro de 1263, Hojo Tokiyori emitiu o perdão permitindo que Daishonin retornasse a Kamakura. No dia 11 de novembro de 1264, quando Nitiren Daishonin ia visitar Kudo Yoshitaka, chefe do poderoso clã em Awa e um de seus devotados seguidores, sua comitiva chegou a um local chamado Komatsubara, onde subitamente, a tropa de Tojo Kaguenobu atacou. Essa foi a “Perseguição de Komatsubara”.
No dia 18 de janeiro de 1268, emissários mongóis chegaram a Kamakura levando ordens de submissão ou guerra. Presenciando a invasão estrangeira que ele havia predito no Rissho Ankoku Ron, mais uma vez admoestou os governantes, dizendo que deveriam converter-se ao Verdadeiro Budismo.
No dia 12 de setembro de 1271, Hei no Saemon, chefe da força militar, ordenou que Daishonin depusesse na corte para investigações. Daishonin enfrentou-o destemidamente e advertiu-o sobre a conduta errônea do governo. Como resultado, dois dias depois ele foi preso como um rebelde por guerreiros liderados por Hei no Saemon. Esse chefe militarista arbitrariamente decidiu decapitar Daishonin à meia-noite no campo de execução de Tatsunokuti, em Kamakura.
Entretanto, não foi possível decapitá-lo, pois no momento da execução, “um corpo celeste tão brilhante quanto a Lua surgiu repentinamente na direção de Enoshima e atravessou rapidamente o céu de Sudeste a Noroeste. Era pouco antes da alvorada e estava muito escuro para ver o rosto de qualquer pessoa, entretanto, o objeto clareou todos. O carrasco caiu cobrindo sua face, e seus olhos cegaram-se. Em pânico, alguns soldados fugiram para longe, outros caíram de seus cavalos e outros ainda esconderam-se atrás das selas.” (“Comportamento do Buda”, END, vol.1, pág.163.) Esse acontecimento é chamado de “Perseguição de Tatsunokuti”.
Nesse momento, Nitiren Daishonin abandonou sua condição transitória como Bodhisattva Jogyo, ao mesmo tempo em que provou a si mesmo ser o Buda Original da Suprema Sabedoria. Esse fato é chamado de Hosshaku Kempon (abandonar a forma transitória e revelar a verdadeira identidade).
Após a tentativa malsucedida de execução, o governo decidiu banir Daishonin para a Ilha de Sado. Forçado a permanecer numa pequena choupana, sem alimentos e em meio a um frio intenso, ele sofreu ataques contínuos por parte dos bonzos inimigos que viviam no local. Apesar de viver em circunstâncias tão severas, Daishonin escreveu muitas obras importantes nesse local.
O exílio em Sado dividiu em duas fases a vida dedicada à propagação. Desde que recitou pela primeira vez o Nam-myoho-rengue-kyo em 28 de abril de 1253 até o seu segundo exílio na Ilha de Sado, ele somente propagou o Daimoku e não se referiu aos “Três Grandes Ensinos Fundamentais”. Após a Perseguição de Tatsunokuti e seu exílio em Sado, Nitiren Daishonin assume a sua identidade como Buda Original dos Últimos Dias da Lei, ou o Buda Original da Suprema Sabedoria. Posteriormente, ele inscreveu o Gohonzon, expondo seus importantes ensinos e finalmente atingindo o propósito de seu advento — o estabelecimento do Dai-Gohonzon do Verdadeiro Budismo.
Dos escritos que completou na Ilha de Sado, os dois mais importantes são “Abertura dos Olhos” e “O Verdadeiro Objeto de Adoração”. Ele iniciou a preparação de “Abertura dos Olhos” em 1271 e terminou em fevereiro de 1272. Essa escritura é a prova documental da revelação do Buda Original. Nela Nitiren Daishonin expõe que ele próprio é possuidor das “três virtudes de soberano, mestre e pais”, e que é o “Buda Original dos Últimos Dias da Lei”, ou o “objeto de adoração em termos de Pessoa”.
Ele escreveu “O Verdadeiro Objeto de Adoração” em abril de 1273, no qual esclareceu que o Gohonzon é o objeto de devoção para a salvação de todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei e a forma como o Daimoku deve ser recitado. Nitiren Daishonin inscreveu a sua condição de vida em forma de um mandala, revelando desse modo o “objeto de devoção em termos de Lei”.
Assim, ele ensina que as pessoas nos Últimos dias da Lei devem abraçar o Gohonzon de nimpo ikka (unicidade de Pessoa e Lei) e recitar o Daimoku com fé a fim de atingir a iluminação nesta vida.
Perdoado de seu exílio na Ilha de Sado em fevereiro de 1274, Nitiren Daishonin retornou a Kamakura em março. Em 8 de abril, apresentou-se perante Hei no Saemon, oficial representante do regente Hojo Tokimune.
Diferente da primeira ocasião, Hei no Saemon mostrou-se gentil e polido quando perguntou a Nitiren Daishonin sua opinião sobre o ataque mongol, e quando isso ocorreria. Daishonin respondeu claramente: “Eles certamente chegarão ainda este ano”, como consta no Gosho “Comportamento do Buda”. Também admoestou os oficiais contra a aceitação de religiões heréticas e solicitou-lhes que buscassem a fé no Verdadeiro Budismo a fim de evitar a invasão.
Entretanto, uma vez mais recusaram a advertência e Daishonin decidiu viver em reclusão na Vila haguiri, situada aos pés do Monte Minobu, na Província de Kai.
Em outubro de 1274, as forças mongóis atacaram Ikki e Tsushima, duas das ilhas situadas no Sudoeste do Japão, e então seguiram para a Baía Hakata, na costa nordeste de Kyushu. Nitiren Daishonin devotou-se totalmente preparando os seus discípulos e trabalhando em volumosas teses tais como “A Seleção do Tempo” e “Retribuição aos Débitos de Gratidão”. Além disso, transferiu oralmente seus profundos ensinos a seu sucessor imediato, Nikko Shonin, os quais se encontram no Ongui Kuden (Registro dos Ensinos Orais), Hyaku Rokka Sho (As Cento e Seis Comparações) e Honnin-myo Sho (Sobre a Verdadeira Causa);
Em 21 setembro de 1279, vinte camponeses e seguidores de Nitiren Daishonin, que viviam Atsuhara, foram injustamente detidos. Eles foram levados a Kamakura e aprisionados, sendo coagidos a abandonar a fé no Budismo de Daishonin, mas persistiram, sem ceder às torturas praticadas pelos guardas de Hei no Saemon. Mais tarde, os três irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro foram executados, enquanto dezessete outros seguidores foram banidos de suas terras. Essa foi a “Perseguição de Atsuhara”.
Mais tarde, Daishonin mudou-se para um templo chamado Minobu-zan Kuonji. Depois, transferiu a totalidade de seus ensinos a Nikko Shonin. Em 13 de outubro de 1282, faleceu aos 61 anos (3) na residência de Munenaka Ikegami.

Nota:
1. No sistema japonês de contagem, considera-se que a pessoa já tenha um ano de idade no ano de seu nascimento
2. Três calamidades e sete desastres: Calamidades e desastres causados pela calúnia ao Verdadeiro Budismo. As três calamidades são: guerra, pestes e fome. Os sete desastres são: (1) eclipse solar ou lunar; (2) movimento anormal dos corpos celestes ou aparecimento de cometas; (3) destruição geral pelo fogo; (4) irregularidades meteorológicas tais como tempestades e alterações anormais de temperatura; (5) ventanias e furações; (6) seca prolongada; e (7) destruição do país por lutas internas ou por invasão estrangeira.
3. Vide nota 1.